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25/04/2022 - 11h07min

Evento em Joinville trata dos avanços e desafios para a inclusão do autista

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Seminário organizado pela Alesc reúne mais de 600 pessoas no Centro de Eventos da Univille, nesta segunda (25). FOTO: Reprodução/TVAL

Cerca de 450 pessoas, entre profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social, representantes de órgãos públicos e entidades ligadas às pessoas com deficiência, lotaram o Centro de Eventos da Univille, em Joinville, nesta segunda-feira (25), para participar de mais uma edição do seminário “Transtorno do Espectro Autista: Diagnóstico, Família, Conscientização e Inclusão”.

O evento, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o apoio da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, tem o objetivo de disseminar as informações mais recentes acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio neurológico que afeta o desenvolvimento da fala e a interação social e que pode atingir uma a cada 50 crianças, conforme a Organização Mundial de Saúde. Também visa promover o debate sobre projetos e ações bem-sucedidas no processo de inclusão escolar deste segmento da população.

Na abertura, o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB) afirmou que a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a qual preside, tem se empenhado em levar este tipo de capacitação a todas as regiões do estado, incluindo cursos também sobre outros temas, tais como síndrome de Down e doenças raras. Somente em 2019, disse, os eventos reuniram 26 mil pessoas no estado, com o trabalho prosseguindo até mesmo durante o período mais grave da pandemia de Covid-19, quando passou a ser feito por meio de videoconferências.

“É para isso que a comissão existe. É um fórum de debates, um fórum para levar conhecimento às pessoas e essa é a nossa missão”, frisou.

O deputado Fernando Krelling (MDB) se manifestou na mesma linha, destacando a necessidade de levar este debate ao Norte do estado, dada a elevação do número de casos de autismo na região. Também integrante da comissão,  foi dele a proposição para levar o seminário a Joinville.

O parlamentar reivindicou, entretanto, mais investimentos por parte do governo do Estado e das prefeituras. “Precisamos que o poder público, seja estadual ou municipal, compreenda que, além das capacitações são necessários investimentos para que seja possível o diagnóstico precoce, bem como para o tratamento adequado, auxiliando assim o bem-estar da população que tanto necessita de atenção nesse momento.”

Um exemplo da necessidade de mais investimentos para o tratamento da pessoa autista em Joinville foi apresentado pela coordenadora técnica da Associação de Amigos do Autista (AMA) no município, Andréia Bitencourt. Ela informou que atualmente a entidade atende a 105 crianças, mas outras 200 aguardam em fila de espera.

Apesar das limitações na capacidade de atendimento, ela afirmou que as capacitações promovidas pela Assembleia Legislativa ajudam a aprimorar os serviços disponibilizados pela entidade. Da mesma forma, disse, a população em geral se beneficia pela possibilidade de conhecer melhor as características do autismo e, assim, poder eventualmente identificar mais precocemente o transtorno nas crianças, o que é considerado decisivo na eficácia do tratamento e na melhora da qualidade de vida e inclusão da pessoa afetada.

“A gente sabe que quanto antes o diagnóstico vir, melhor. E mesmo que esse diagnóstico demore um pouquinho, que essa criança já esteja em tratamento especializado, com profissionais que sejam da área, que seja atendida e orientada.”

Informação para inclusão
Um dos destaques do seminário foram as palestras do psicólogo mineiro José Raimundo Facion, que abordou diversas questões relacionadas ao autismo, tais como causa, formas de diagnóstico, graus de intensidade e métodos de tratamento. O especialista, que possui pós-doutorado em TEA realizado na Alemanha, afirmou que, após diversos anos estagnado, o estado de Santa Catarina voltou a evoluir no que diz respeito ao atendimento às pessoas com deficiência, sobretudo por meio do aprimoramento da legislação ligada ao tema, das condutas terapêuticas e pedagógicas de tratamento, e do aumento do número de entidades como AMAs e Apaes.

Para ele, o maior desafio agora é disseminar este conhecimento específico entre a sociedade, o que, a seu ver, possibilitaria que a inclusão da pessoa com autismo aconteça de forma mais natural e humanizada. “Entendo que, quanto mais nos apropriarmos de conhecimentos técnicos e científicos, quanto mais nós soubermos não só das origens, mas também daquelas condutas que são mais eficazes no tratamento tanto terapêutico quanto psicoeducacional, evidentemente mais inclusão nós vamos promover em Santa Catarina. E hoje é mais um passo para isso.”

Alexandre Back
Agência AL

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