Especialista afirma que assistência técnica é desafio para a agroecologia

Gervásio Paulus, diretor da Emater/RS, dá palestra durante o Seminário de Agroecologia de Pinhalzinho. FOTO: Alberto Neves/Agência AL

O VI Seminário Estadual de Agroecologia, realizado em Pinhalzinho, no Oeste catarinense, contou com a palestra do diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus. Técnico florestal, agrônomo e mestre em Agroecossistemas, Paulus falou sobre a importância da “Agroecologia e os Desafios para Assistência Técnica e Extensão Rural”. Em sua explanação, na última quinta-feira (23), destacou que o futuro da agroecologia depende necessariamente dos cuidados ambientais. “É preciso olhar para o meio rural como um meio de vida e não apenas como um espaço produtivo”, explica.

Paulus ressaltou que a assistência técnica é um dos principais desafios da agroecologia porque ela precisa passar por uma transição. Segundo o especialista, para a agricultura tradicional avançar nesse processo, nas formas de produção, é necessário reduzir o uso de insumos mais nocivos, especialmente agrotóxicos, melhorando assim a condição de manejo do solo e consequentemente a revitalização da terra.

No entanto, Paulus destaca que existem aspectos sociais e metodológicos que procedem a essa organização para viabilizar a comercialização e agregar valor à produção. Há um componente importante, ver o meio rural como espaço de modo de vida onde vivem as pessoas e não apenas um espaço para negócios incluindo também as pessoas que estão fora do processo produtivo. Essa iniciativa proporcionaria a inclusão social produtiva, especialmente nas camadas mais desfavorecidas.

Para o especialista, a execução das políticas públicas existentes na esfera federal, estadual e municipal pode servir para ampliar a autonomia dos produtores agroecológicos, na tentativa de ampliar sua renda e ao mesmo tempo preservar o ambiente aumentando a qualidade de vida dessas pessoas. Entre os aspectos considerados pelo especialista como mais importantes na agroecologia está o poder que ela tem de, com assistência técnica dirigida, incluir socialmente e economicamente famílias que estão fora do espaço produtivo por conta de um modelo agrícola convencional e excludente.

“A execução das políticas públicas federais, estaduais e municipais deve servir para ampliar a autonomia dessas pessoas, para que elas possam ampliar renda, preservando o meio ambiente em suas propriedades”, concluiu.