Deputados estaduais destacam a passagem do Dia do Professor

Sessão Ordinária. Foto: Lucas Gabriel Diniz/Agência AL

O Dia do Professor, comemorado nesta terça-feira (15), monopolizou a atenção dos deputados estaduais na sessão ordinária desta tarde, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Todos os parlamentares que ocuparam a tribuna ou utilizaram a palavra em aparte renderam homenagens às educadoras e aos educadores de todo o estado.

Além de parabenizarem os professores pela data, os deputados destacaram os desafios e as dificuldades que esses profissionais enfrentam no cotidiano. “O professor é uma função imprescindível em qualquer sociedade. Lamentamos que tenham um reconhecimento aquém daquele que seria o ideal”, destacou o deputado Sargento Amauri Soares (PSOL).

A deputada Luciane Carminatti (PT), que é professora, afirmou que ainda há muito a avançar na valorização dos educadores, principalmente na questão salarial e na melhoria da estrutura de trabalho. Ela destacou a assinatura, nesta terça, de um decreto pelo governador Raimundo Colombo (PSD), que põe fim à indicação política na escolha dos diretores das escolas estaduais. A parlamentar, no entanto, lamentou que a medida entrará em vigor só em 2015.

Ana Paula Lima (PT) ressaltou que o professor desempenha um trabalho essencial para a sociedade brasileira. A líder do PT também condenou o fato do decreto sobre o novo processo para a escolha dos diretores só entrar em vigor em 2015. Neodi Saretta, do mesmo partido, ao prestar sua homenagem, elogiou o avanço na gestão democrática das escolas, mas lamentou que a medida só passará a valer em 2015.

Nilson Gonçalves (PSDB) destacou o papel dos professores na educação de muitas crianças. “Hoje, muitos alunos não recebem em casa a educação dos pais, do respeito ao próximo, à hierarquia, aos mais velhos, e isso acaba sobrando para o professor”. Ele lamentou os casos de agressão a professores que são registrados com frequência e elogiou o fim das indicações políticas na direção das escolas estaduais.

Maurício Eskudlark (PSD) lamentou que o professor não tenha o mesmo status social e financeiro que tinha antigamente. “Eles merecem essa valorização, merecem ser respeitados e admirados por seus alunos”. Para Padre Pedro Baldissera (PT), por causa dessa pouca valorização, o poder público tem uma dívida histórica com os educadores.

Altair Silva (PP) lembrou que o Japão se transformou numa das maiores potências do mundo depois que o imperador do país, logo após a Segunda Guerra Mundial, determinou que os professores fossem os mais bem renumerados. “É preciso que nossas escolas também tenham mais estrutura para que os professores possam desempenhar bem sua função”, destacou.

Renato Hinnig (PMDB) leu um texto do diretor-técnico do Sebrae, Anacleto Ortigara, sobre os educadores. “Ser professor é mais que uma profissão. É o exercício da humanidade”, dizia o texto. “É o segundo pai ou a segunda mãe de nossos filhos”, resumiu o deputado Moacir Sopelsa (PMDB).

Dirceu Dresch (PT) destacou o desafio que os professores enfrentam com as novas tecnologias, já dominadas pelos alunos. “É uma homenagem a todos que lutam e acreditam que através da educação se faz a mudança e se promove a melhoria da qualidade de vida da nossa população”, disse.

Já Sandro Silva (PPS), que foi professor por oito anos, apontou a importância dos educadores para as demais profissões. “Se hoje temos bons profissionais em todas as áreas é porque eles passaram por bons professores”, afirmou. “São os professores que constroem os fundamentos das futuras gerações”, completou Darci de Matos (PSD).

Mulheres na Polícia Militar
O limite legal de preenchimento por mulheres de 6% das vagas do último concurso da Polícia Militar foi novamente criticado pelos deputados. Sargento Amauri Soares afirmou que as mulheres são vítimas de uma legislação discriminatória e cobrou do governo estadual o fim dessa limitação.

Kennedy Nunes (PSD) denunciou que as candidatas aprovadas no concurso pediram demissão de seus empregos para poderem, conforme determinação do comando da Polícia Militar, participarem da prova de aptidão física. “É uma grande sacanagem que o comando fez. O governador Raimundo Colombo não sabia desses casos”.

Em nome da bancada feminina na Assembleia, Luciane Carminatti pediu audiência com o governador para cobrar o fim da cota máxima para mulheres na PM. Kennedy informou à deputada que se reuniria ainda nesta tarde com o secretário de Estado da Casa Civil, Nelson Serpa, para discutir o assunto.

Outubro Rosa
O deputado Jailson Lima (PT) ocupou a tribuna vestido com uma camiseta da campanha Outubro Rosa, realizada em todo o estado, com o objetivo de chamar a atenção das mulheres para a prevenção do câncer de mama. O parlamentar ressaltou a importância da iniciativa. “A prevenção é fundamental, temos que aplaudir essa campanha. E não estamos falando apenas das mulheres. Os homens também podem desenvolver câncer de mama”, destacou Jailson.

O Outubro Rosa foi lembrado ainda por Ana Paula Lima, que também ocupou a tribuna vestida com a camiseta da campanha. Ela parabenizou a Associação das Mulheres Portadoras de Câncer de Mama e das Redes Femininas de Combate ao Câncer, que estão à frente da campanha. A deputada lembrou que o câncer de mama é a segunda doença que mais mata mulheres no país.

Feriado em Joinville
Sandro Silva comentou sobre a aprovação em primeiro turno de um projeto de lei na Câmara de Vereadores de Joinville que transforma 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, em feriado municipal. A data marca o aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da libertação dos escravos.

“Não se trata de mais um dia para ficar em casa, mas de uma oportunidade de discutirmos o papel do negro na sociedade brasileira e a diminuição das diferenças entre negros e brancos”, afirmou o deputado, lembrando que em estados como Rio de Janeiro, Alagoas e Amazonas e em vários municípios brasileiros 20 de novembro já é feriado.


Saúde
Kennedy Nunes comentou o caso de uma mulher em Joinville que há dois anos espera por uma cirurgia na perna. Para tentar a operação, ela se acorrentou em frente ao Hospital São José e depois em frente à Prefeitura de Joinville. Só após essa medida extrema, ela conseguiu agendar a cirurgia. “Será que mais pessoas vão ter que se acorrentar para conseguir cirurgia?”, questionou Kennedy, que criticou a administração municipal.

Sargento Amauri Soares fez ressalvas a duas Medidas Provisórias (MPs) que tratam sobre a saúde, em tramitação na Assembleia. Sobre a MP 191/13, ele questionou os critérios para o repasse de recursos para os municípios e defendeu que as cidades menores recebam mais dinheiro. Já a respeito da MP 191/13, que trata da concessão de gratificação de produtividade a médicos e gestores, o deputado condenou o fato dos demais profissionais da área não serem contemplados com o benefício. “Da forma como está, essa MP não pode ser aprovada nesta Casa e precisa de mais discussão”, disse.

Agências do Banco do Brasil
Dirceu Dresch afirmou que, em reunião na semana passada com a Superintendência Estadual do Banco do Brasil, recebeu a garantia que o banco não fechará agências em cidades de menor porte do estado. Em muitos desses municípios, o BB é a única instituição financeira, pois herdou a estrutura que pertencia ao BESC.

“Essas agências têm uma função social importante. Recebemos a garantia que não vai se fechar agências no estado, mas, se houver necessidade, isso será discutido com a sociedade”, relatou.