Cortes do governo federal geram críticas e deputados sugerem união de forças
Os cortes feitos pela União em obras viárias atingiram em cheio as rodovias federais que cortam o estado, gerando criticas dos parlamentares, que sugeriram a união das forças políticas para reverter a decisão do governo Michel Temer.
“Santa Catarina não merece o mínimo do mínimo, isso é assunto para o governador encabeçar com a Federação das Indústrias (Fiesc) e com todos os partidos para sentar com o presidente Michel Temer e mostrar que esta situação não é sustentável”, sugeriu Maurício Eskudlark (PR) durante a sessão desta terça-feira (26) da Assembleia legislativa.
Segundo o vice-líder do governo, dos R$ 560 milhões que serão cortados no país, cerca de R$ 140 milhões são relativos às obras federais no estado.
“Dos R$ 50 milhões para a BR-282, cortou R$ 40 milhões, assim não tem como recuperar a rodovia”, previu Eskudlark.
“Quero me somar no sentido de reafirmar a indignação com esses cortes, não é possível Santa Catarina continuar convivendo com o descaso e o atraso nos investimentos de infraestrutura”, afirmou Natalino Lázare (PODE), que também lamentou o fechamento da Agência da Receita Federal em Videira, no Vale do Rio do Peixe.
“Apresentei uma moção de repúdio contra o governo federal, é uma vergonha, uma falta de respeito”, disparou Milton Hobus, líder do PSD.
Semana nacional antidrogas
Ismael dos Santos (PSD) destacou a passagem da semana nacional antidrogas e apresentou dados acerca do consumo e dos efeitos nefastos das drogas. Segundo revelou o deputado, o álcool está presente em 64% dos afogamentos, 53% dos atropelamentos e 51% dos acidentes de carro.
“O horizonte é utópico, mas eu acredito que temos perspectivas com educação, esporte e cultura”, indicou Ismael.
Ada de Luca (MDB), em aparte, concordou com Ismael e defendeu o ensino em tempo integral.
Coração e cérebro de Criciúma e região
Ada de Luca repercutiu na tribuna os 50 anos de fundação da Universidade do Estremo Sul Catarinense (Unesc), celebrado no último dia 22 de junho.
“O desempenho social da Unesc faz diferença na vida das pessoas, todo trabalho e atendimento ocorrem dentro da Universidade, mais de mil pessoas transitam diariamente pelas suas clínicas integradas”, afirmou a deputada, que considerou a Unesc o “coração e o cérebro de Criciúma e região”.
Prestação de contas
Luciane Carminatti (PT) prestou contas sobre as ações que empreendeu frente à Comissão de Educação, Cultura e Desporto, destacando as audiências públicas que trataram da proteção do patrimônio cultural, do financiamento da arte e da cultura e da implantação do curso de dança no Ceart da Udesc.
A deputada lamentou a não implementação do Sistema Estadual de Cultura e lembrou que protocolou emenda destinando 30% dos recursos do Fundocultural diretamente para os municípios que têm conselhos e fundos de cultura implantados.
Além disso, Carminatti cobrou critérios transparentes para a destinação dos recursos da Secretaria de Cultura e criticou o rebaixamento institucional da pasta.
“Não se pode escolher aleatoriamente entidades em detrimento da política cultural”, avaliou Carminatti.
Agrotóxicos
Padre Pedro Baldissera (PT) e Dirceu Dresch (PT) criticaram a decisão de comissão especial da Câmara dos Deputados que aprovou a simplificação das regras relativas ao registro e uso de agrotóxicos.
“Muitos países fizeram pesquisa e identificaram que esses produtos são prejudiciais e por isso proibiram, mas as grandes máquinas mandam na política porque financiam os deputados, que estão tirando os agrotóxicos da fiscalização do Ministério da Saúde e do Meio Ambiente”, denunciou Dresch.
“A Europa, os EUA e o Canadá endurecem cada vez mais a legislação que trata da comercialização”, concordou Padre Pedro, que ponderou a defesa da vida. “Estão matando a vida e não é só dos seres humanos, mas daquilo que tem vida no nosso planeta, estamos comprometendo o futuro”.
Defensoria Pública
Rodrigo Minotto (PDT) fez um apelo ao governado Eduardo Pinho Moreira para que execute a lei aprovada pela Casa que modifica o plano de cargos e salários dos servidores da Defensoria Pública.
“Apelo ao governador para que cumpra com a lei aprovada, os servidores da Defensoria Pública estão lutando por um plano de cargos e vencimentos”, sustentou Minotto, que rejeitou o argumento de que o Executivo atingiu o limite prudencial relativo aos gastos com pessoal.
Convênios com o MDB
Kennedy Nunes (PSD) ironizou o discurso de que “não há dinheiro”, repetido exaustivamente pelo atual governador e equipe.
“O secretário Paulo Eli disse que estamos quebrados, que não tem dinheiro. O governador diz que não tem dinheiro, é uma choradeira, um negócio impressionante, estou quase tirando dinheiro do bolso ”, discursou Kennedy.
Em seguida o deputado enumerou os municípios do Alto Vale do Itajaí que foram contemplados com assinaturas de convênios nos últimos dias.
“Convênios com 16 cidades do Vale foram liberados pelo governador, todos do MDB, R$ 15 milhões em obras e recuperação de estradas para Ibirama, Dona Ema, Aurora, Chapadão do Lageado, Braço do Trombudo, Atalanta, Vidal Ramos, Alfredo Wagner, Agrolândia, Lontras, Rio do Campo, Rio do Oeste, Taió e Trombudo Central. Acabou o dinheiro? Não acabou para os prefeitos do MDB”, denunciou o representante de Joinville.
“Estou feliz que o Alto Vale está recebendo dinheiro, cerca de R$ 128 milhões em convênios, R$ 26 milhões já foram pagos”, informou Milton Hobus, que sugeriu a liberação das emendas impositivas dos deputados “para levar recursos para todos os municípios e não só para onde o MDB administra”.
Agência AL