Congresso Nacional do Parto Humanizado é encerrado com a Carta de Florianópolis
A aprovação da Carta de Florianópolis, contendo as principais e mais relevantes sugestões voltadas para a prática do parto humanizado no país, marcou o encerramento do 2º Congresso Nacional do Parto Humanizado, na tarde desta sexta-feira (17), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Em dois dias de atividades, a experiência e a visão de aproximadamente 600 pessoas, entre elas profissionais da área da saúde, doulas, estudantes e gestores públicos, que defendem o parto humanizado, contribuíram para elaboração do documento.
Com o objetivo de dar visibilidade e transpor alguns obstáculos que ainda existem sobre o parto humanizado, a carta contém o anseio da sociedade que busca um parto mais humano e a redução das intervenções médicas na hora do nascimento. Umas das organizadoras do evento, a enfermeira Luciane D' Avila, destaca que o documento fortalece o movimento e vai ao encontro das reivindicações manifestadas no evento. Segundo ela, o papel dos profissionais, as experiências em redes de cooperação para assistência ao parto e o combate à violência obstétrica são alguns dos desafios apresentados, além da criação de políticas públicas para o avanço do tema.
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A presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, deputada Ana Paula Lima (PT), falou sobre a importância de debater o assunto para o avanço do empoderamento das mulheres no incentivo e aumento do parto humanizado. De acordo com a parlamentar, o congresso apresenta a relevância do assunto, por ser tão pouco realizado, mas relata também a sensação de satisfação do parto humanizado para as mulheres e bebês. "Queremos quebrar paradigmas contra o parto humano e assim atribuir às mulheres um parto com mais respeito, desde que o parto normal seja vontade da mulher gestante. A iniciativa reforça esta militância, que busca o fortalecimento do parto humanizado no país", salientou.
Palestras
Durante o enceramento, a médica Maria do Carmo Leal falou sobre o tema "Como queremos Nascer no Brasil". A palestra mostrou o resultado de uma pesquisa nacional realizada recentemente no Brasil com 24 mil mulheres, com o intuito de alertar a sociedade sobre como os nascimentos estão acontecendo no país. "Desta pesquisa constatamos o que já era fato: o alto índice de cesáreas, com um absurdo excesso de intervenções médicas sob o parto normal e sob o recém-nascido desnecessárias", lamentou.
Dentro desse trabalho, Maria do Carmo diz que foi possível constatar também uma grande taxa de prematuridade (11%), considerada elevadíssima por ser duas vezes maior do que nos países desenvolvidos. "Esse conjunto de resultados alcançados tem a ver com a forma como o parto está sendo assistido no Brasil desde o pré-natal. Precisamos de mudanças tanto no tratamento como na mentalidade das pessoas", acredita.
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