Comissão debate sistema de identificação e rastreabilidade de bovinos e bubalinos em SC
Representantes da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) estiveram na Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (27) para explicar aos deputados o funcionamento do sistema de identificação e rastreabilidade de bovinos e bubalinos aplicado no estado.
A apresentação foi realizada pela presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos. Ela esteve acompanhada pela gestora da Divisão Defesa Sanitária Animal da entidade, Débora dos Reis, que detalhou a operacionalização do sistema.
Conforme o explicado, o sistema de identificação e rastreabilidade de bovinos e bubalinos surgiu como um procedimento complementar de segurança zoossanitária ao reconhecimento do estado como área livre de febre aftosa sem vacinação, feito no ano de 2007 pela Organização Mundial de Saúde Animal.
Por meio dele, proprietários rurais de todo o estado ficam responsáveis por informar quais animais possuem, a quantidade e onde eles estão. Bovinos e bubalinos são identificados com um brinco na orelha contendo uma numeração, que acompanha os animais durante a vida toda, proporcionando que suas movimentações sejam acompanhadas em tempo integral em um sistema informatizado mantido pela Cidasc.
De acordo com Celles Regina de Matos, ainda que Santa Catarina apresente um plantel modesto de bovinos e bubalinos (cerca de 4 milhões) em relação a outros estados, o sistema têm se mostrado altamente eficaz também para o controle da sanidade de suínos, dos quais o estado desponta como maior produtor e exportador brasileiro. “Este controle que temos para os bovinos nos dá segurança para que não sejam propagadas doenças que podem afetar os suínos também, como a febre aftosa.”
De acordo com ela, o sistema tem proporcionado a manutenção de mercados como a China e União Europeia cada vez mais preocupados com questões como controle da saúde animal e questões de sustentabilidade.
Ela disse ainda que a iniciativa tem sido um exemplo para outros estados brasileiros, que constantemente enviam técnicos para conhecer o trabalho realizado pela Cidasc, tendo em vista que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou que a implantação do sistema de identificação e rastreabilidade seja obrigatório em todo o território nacional a partir de maio de 2026.
O deputado Altair Silva (PP), que propôs a realização do debate, destacou o trabalho realizado pela Cidasc. “Somos o maior exportador de carne suína para o mundo inteiro, com participação de cerca de 55% da produção nacional, atingindo os mercados mais exigentes. E um dos pontos centrais para termos acesso a estes mercados, que são diferenciados, é justamente o trabalho realizado pela Cidasc.”
O deputado Oscar Gutz (PL) também se pronunciou no mesmo sentido. “Santa Catarina é reconhecida internacionalmente pelo belo trabalho que vem fazendo e a Cidasc, que mantém uma atuação constante na aquisição de novas tecnologias e processos para o aprimoramento da qualidade da produção agropecuária catarinense.”
Qualidade do Mel
Ainda durante a reunião foi aprovado um requerimento do deputado Padre Pedro Baldissera (PT) para a realização de uma audiência pública visando debater as ações que estão tomadas para atestar a qualidade do mel produzido e comercializado no estado. O local e a data do evento ainda serão definidos pelo colegiado.
Agência AL