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30/05/2023 - 13h44min

Comissão de Agricultura debate prevenção à febre aftosa

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FOTO: Solon Soares/Agência AL

A Comissão de Agricultura e Política Rural recebeu, nessa terça-feira (30), representantes da Epagri, Cidasc e Secretaria de Estado da Agricultura para discutir estratégias sobre como manter o estado de Santa Catarina livre de febre aftosa.

Durante a reunião, foi realizado o 6º Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa, com palestras que abordaram os temas: “A importância das certificações sanitárias na visão do produtor rural”, “O agronegócio catarinense: uma visão da importância da sanidade sob o aspecto econômico”, e “Atualização cadastral: a participação do produtor rural nas ações de defesa sanitária animal”.

O presidente do colegiado, deputado Altair Silva (PP), conduziu o debate e destacou a eficiência de Santa Catarina na prevenção da doença. "Esta atividade é uma forma de comemorar os 16 anos de área livre de febre aftosa sem vacinação, conquista do estado que se deve a um trabalho fantástico desenvolvido por produtores e entidades".

Santa Catarina é pioneira no combate e erradicação da febre aftosa sem vacinação. Os pecuaristas do estado não vacinam seus rebanhos desde o ano 2000, recebendo o reconhecimento internacional de área livre sem vacinação para a doença pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em 2007.

Desde a suspensão da vacina, o estado se consolidou como grande produtor e exportador de carnes, com acesso aos mercados mais exigentes do mundo. Atualmente, a produção catarinense é comercializada em mais de 150 países e os embarques de produtos de origem animal respondem a 38% de todo o comércio internacional.

Para o secretário de Estado da Agricultura, Valdir Collato, essa conquista se deve ao trabalho integrado de vários atores, junto com as estruturas da Secretaria, como a Cidasc e Epagri. "Tive a oportunidade de prestigiar a entrega, a Santa Catarina, do certificado de estado livre de febre aftosa. Agora é nossa missão continuar com este trabalho para que o estado se mantenha com excelência na defesa sanitária".

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Mattos, lembrou que a certificação mudou os rumos da história de Santa Catarina e comemorou os 17 anos do reconhecimento internacional, recebido em 25 de maio de 2007. “A jornada dessa conquista, que é de conhecimento dos mais experientes, e que precisa ser contada aos mais jovens, vem de muito tempo, antes de 1965, ano em que a Lei nº 3783 tornou obrigatório o combate à doença no estado”.

A importância das certificações sanitárias na visão do produtor rural

Márcia Stuelp, produtora rural da Granja da Lagoa (especializada em suínos), de São João do Oeste, falou sobre a importância das certificações sanitárias e sobre o crescimento dessa cultura ao longo dos últimos 20 anos. Contudo, ela avalia que muitos produtores ainda não perceberam a relevância dessas certificações para o status sanitário de Santa Catarina.

“As indústrias cresceram muito, as exportações, então o mercado externo está procurando o estado de Santa Catarina. Como produtores, temos que fazer nossa parte no dia a dia das granjas para não deixar nenhum mal entrar em nossas propriedades. Se perdermos esse status, fica ruim para todo mundo. Tanto para os produtores, como para as agroindústrias”.

O controle da higiene, dos produtos e o treinamento constante dos colaboradores foram pontos destacados por Márcia. “As granjas funcionam todos os dias da semana, de segunda a segunda, 24 horas por dia, então também orientamos os nossos colaboradores a não omitir nenhuma informação. Tudo o que acontece deve ser informado. O pessoal da empresa integradora faz a visita técnica para inspeção sanitária e queremos que eles falem tudo o que está acontecendo e, se perceberem alguma coisa de anormal, orientamos a comunicar, imediatamente, porque a gente tem consciência de tudo o que está acontecendo, agora, com a questão da influenza aviária".

Márcia ressaltou que é preciso ter muito cuidado, e alertou a todos os suinocultores para que não tenham medo de avisar aos órgãos competentes caso haja algum problema. “Não se trata de um problema apenas em nossa granja e, sim, de um problema sanitário que poderá colocar em risco a cadeia produtiva de um estado inteiro".

O agronegócio catarinense: uma visão da importância da sanidade sob o aspecto econômico

Jorge Luiz de Lima, diretor executivo do SindCarne/SC, apresentou números relativos à produção e exportação de aves e suínos. Segundo ele, o número de aves abatidas no estado é gigantesco. “A cada dois dias, são abatidas, aproximadamente, 7 milhões de aves, o que corresponde ao número da população de Santa Catarina”. 

Já o número de suínos abatidos diariamente é de, aproximadamente, 34 mil.

Sobre a importância do certificado sanitário, Lima destacou que o estado é o segundo do país em produção, com 21%, e o segundo em exportação, com 24%. “Por vezes aconteceu de nós passarmos o Paraná na exportação, então ficamos trocando de posição, não na produção porque eles são muito maiores, mas na exportação”.

O diretor informou, também, que, em relação à suinocultura, Santa Catarina é o primeiro produtor do Brasil, responsável por 51% de toda a produção nacional e o primeiro exportador, com 57% de todo o volume no Brasil.

Em relação ao tamanho e à representatividade do setor, o estado gera mais de 60 mil empregos na agroindústria, recebendo colaboração, inclusive, de imigrantes, como haitianos e venezuelanos, e mais de 480 mil postos de trabalho, diretos e indiretos. Entre integrados e cooperados, são mais de 19 mil famílias produtoras de aves, suínos e ovos.

A representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) do setor chega a 31%, com uma geração de movimento econômico de mais de R$7 bilhões.

Os certificados, nesse contexto, possibilitam a garantia de exportação e a movimentação econômica dos municípios catarinenses, dos produtores e de toda a cadeia produtiva, conforme Lima.

Atualização cadastral e participação do produtor rural nas ações de defesa sanitária animal

Diego Rodrigo Torres Severo, diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, pontuou que a participação do produtor nas ações de defesa sanitária animal é uma ferramenta nova, fruto de mais uma parceria entre o setor público e o privado.

Conforme Diego, a atualização cadastral vai servir como uma base para que a Cidasc possa conhecer e desenvolver todas as ações necessárias a serem desempenhadas futuramente pelo setor de defesa agropecuária.

“A campanha de atualização dos canais de agropecuária da Cidasc é uma campanha que está sendo lançada e vai ter uma duração de dois meses. Primeiramente, para fazermos as primeiras avaliações de como está o nosso cadastro agropecuário. Esse cadastro agropecuário nada mais é do que um conjunto de elementos necessários para a organização de informações com fins de atenção à sanidade agropecuária.”

O diretor explicou que o cadastro é tão importante para a defesa interna, quanto para defesa sanitária vegetal e para a inspeção de produtos de origem animal. “O lançamento, agora, é somente para a parte animal, mas futuramente vamos tocar também as outras ações de defesa agropecuária da Cidasc. Ele é composto basicamente por cadastro de proprietários e produtores. Isso é bastante importante em qualquer tomada de ações. Os cadastros de todos os estabelecimentos agropecuários, sejam eles grandes, pequenos ou até mesmo locais de criação de animais, tudo tem importância.”

E destacou, ainda, que, com a questão da influenza aviária, qualquer criatório por menor que seja tem importância para a defesa da sanidade animal. “Temos aterros sanitários, que podem ser locais de criatório irregular de animais, então podemos ter, aí, transmissões bastante importantes como vírus suínos e febre aftosa. O cadastro de morcegos, que são sugadores de sangue, também faz parte de um cadastro agropecuário.”

Diego Severo também apresentou durante sua fala a trajetória das campanhas de combate aos vírus e doenças pela Cidasc, ao longo dos últimos 20 anos, e o quanto isso foi essencial para manter a saúde no estado.

 

 

Michelle Dias
Agência AL

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