Chapecó recebe seminário sobre regionalização do turismo
Capacitar as Instâncias de Governanças Regionais (IGRs) a compreenderem os impactos e desafios do turismo no estado. Esta é a proposta do “Seminário de Regionalização do Turismo: Sustentabilidade e Competitividade dos Destinos Turísticos Catarinenses”, que acontece entre terça (16) e quarta-feira (17), no Centro de Eventos de Chapecó.
A atividade, que tem como público alvo gestores públicos, vereadores, e representantes do trade turístico, é promovida pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, atendendo a uma solicitação do deputado Marquito (Psol).
“A regionalização do turismo é uma estratégia, uma política pública do governo federal, e agora também encampada pelo governo do Estado, e que precisa de espaços como esses seminários para discutir, para apresentar as legislações, e para envolver os municípios e todo o trade de turismo, empresários, operadores e guias, para que se estabeleça o reconhecimento da sua região, bem como haja a adesão ao governo federal, e também para que possam encontrar recursos para implantar essa regionalização.”
Ainda no mês de abril, o seminário também será realizado em Florianópolis, nos dias 22 e 23. Ao final de cada etapa será elaborada uma carta de intenções, contendo as demandas de cada região turística. O documento será posteriormente enviado ao governo do Estado.
União de esforços
Durante os dois dias de evento, serão realizados mesas-redondas e painéis, enfocando temas como Lei Geral do Turismo e Importância do Plano Nacional de Turismo; a importância do Programa de Regionalização do Turismo (PRT); o Mapa do Turismo Brasileiro; Turismo; Sustentabilidade; Governança de Circuitos; Organização da Oferta Turística e Segmentação de Mercado.
Em Chapecó, a abertura contou com uma palestra de Ana Carla Moura, representante do Ministério do Turismo. Ela falou sobre a sua atuação como coordenadora-geral de Definição de Áreas Estratégicas para o Desenvolvimento do Turismo. De acordo com ela, é importante que gestores públicos saibam como incluir seus municípios dentro da estratégia nacional elaborada para o segmento.
“A intenção é que todos possam ter acesso às informações sobre as políticas públicas estabelecidas para que, de fato, possamos ter um turismo de forma nacional, como previsto na nossa lei geral. Também, sobre a importância de constar no Mapa do Turismo Brasileiro, sobre como pleitear e ter acesso a recursos.”
Para Ana Carla, um dos principais objetivos do Ministério é fazer com que os gestores municipais entendam a importância de desenvolverem ações em conjunto.
“O desafio é esse, a gente dar as mãos e a gente entender que as regiões não devem disputar quem é melhor, mas passar a promover todo o estado de Santa Catarina, em seus vários eixos, deixando à escolha do turista onde ele quer ir.”
De acordo com Dirlei Barbieri Rofner, que atua como diretora de Marketing, Inovação e Promoção da Secretaria de Estado do Turismo (Setur), o governo do Estado já vem promovendo essas diretivas, sobretudo, por meio do fortalecimento das 14 IGRs do estado. Estas organizações são integradas por representantes do poder público e dos atores privados dos municípios componentes das regiões turísticas, e possuem o papel de coordenar o programa em âmbito regional. De acordo com ela, uma 15ª deve ser criada em breve.
“Esse é o modelo que vem sendo trabalhado no Brasil todo e Santa Catarina não é diferente, em que procuramos visualizar as cidades, sob o ponto de vista de algo que possa ser realizado conjuntamente e fortalecido, com as cidades que já têm um turismo mais desenvolvido unindo-se com as que estejam iniciando nesse trabalho. E, para isso, elas devem criar secretarias, um fundo para trabalhar, passar a integrar o mapa nacional do turismo, e, também, construir produtos dentro das suas cidades e regiões que possam ser comercializados e vendidos.”
O modelo também vem sendo defendido pela Federação Catarinense de Municípios (Fecam), conforme destacou Dayana Pamato, que atua como supervisora de Políticas Públicas da entidade.
Ela afirmou que a iniciativa é trabalhada por meio dos colegiados regionais de turismo das 21 associações mantidas pela Fecam.
“O turismo não tem divisas e o município não faz o turismo sozinho, ele precisa sempre de algum apoio de um município vizinho, seja para uma hospedagem, algum estabelecimento, ou de um acesso viário. Então, a Fecam atua nessa parte de estratégia e articulação, para auxiliar a desenvolver o turismo local, municipal e também de forma regionalizada.”
Na condição de gestora técnica da IGR Grande Oeste, Elisiane Silveira Menegolla, qualificou o seminário como fundamental para que os gestores municipais compreendam a importância de unirem seus esforços em torno de objetivos comuns dentro da área do turismo.
“Somos inúmeros municípios unidos em busca de nos tornarmos um destino mais solidário também no estado. E esse evento é um marco para todos nós, porque é um momento em que a gente senta e debate, pensa juntos, a política pública. Tanto para quem está lá na ponta, no Ministério, quanto para quem administra os empreendimentos. Pois não podemos falar de turismo sem entender a sua totalidade. É preciso que a gente compreenda os processos, para a gente saiba onde a gente se enquadra, e a aonde a gente deve atuar.”
Agência AL