Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Facebook Flickr Twitter Youtube Instagram

Pesquisar

+ Filtros de busca

 

Cadastro

Mantenha-se informado. Faça aqui o seu cadastro.

Whatsapp

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular.

Aumentar Fonte / Diminuir Fonte
02/03/2015 - 15h11min

Caminhoneiros e deputados discutem reivindicações no trevo de Chapecó

Imprimir Enviar
Integrantes da Comissão de Transportes ouvem reivindicações dos caminhoneiros no trevo de acesso a Chapecó FOTO: Fábio Queiroz/Agência AL

Cinco deputados integrantes da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa discutiram as reivindicações dos caminhoneiros na manhã desta segunda-feira (2), no trevo da BR-282, que dá acesso a Chapecó. Na pauta a redução no preço do diesel, dos pedágios e do IPVA, o reajuste no frete e paridade entre o ICMS cobrado sobre os combustíveis entre Santa Catarina e Paraná.

João Amin (PP), que preside a Comissão, explicou aos caminhoneiros que a pauta será apresentada ao governador Raimundo Colombo ainda na tarde desta terça-feira. “Estamos pedindo para baixar o óleo. Baixou, todo mundo volta a trabalhar”, afirmou Volnei David, de Quilombo. A deputada Luciane Carminatti (PT) lembrou aos caminhoneiros que parte das reivindicações é de responsabilidade do Estado. “O Estado cobra 12% de ICMS sobre os combustíveis”, informou, ponderando que o assunto também será discutido com o governador.

A deputada revelou que ontem (1º) cerca de 50 caminhoneiros participaram de uma videoconferência com o ministro da Casa Civil, Miguel Rossetto, e explicaram detalhes das reivindicações, que ainda incluem maior prazo no financiamento de caminhão novo e extensão do benefício para caminhões usados.

Volnei David questionou os parlamentares sobre as razões do diesel custar mais caro em Santa Catarina em relação ao Paraná. “Estou trabalhando contra o meu estado porque abasteço no Paraná”, protestou o caminhoneiro, que garantiu que “o movimento continuará até sermos ouvidos em Brasília”.

Também participaram da reunião os deputados Cleiton Salvaro (PSB), César Valduga (PCdoB), Mário Marcondes (PR) e Ismael dos Santos (PSD).

O ponto de vista dos caminhoneiros

Alisson Schimanoski, de Chapecó, está parado há 12 dias. Transportador de móveis, contou a reportagem da Assembleia Legislativa que foi obrigado a parar. “Se não fosse o bloqueio estava na estrada”, argumentou. Entretanto, Alisson concorda com o movimento. “Hoje todo mundo está pagando para trabalhar”, avaliou.

Rodrigo Freitas, de Pelotas (RS), saiu de casa no dia 17 de fevereiro. “Parei aqui no posto, a vida vale mais. Agora é aguardar”, justificou. O motorista e proprietário de caminhão Luiz Carlos Firmo, de Blumenau, parado desde 21 de fevereiro, reclamou. “Estou gastando o que não tenho”, aludindo às despesas de alimentação e o custo do caminhão parado, avaliado em R$ 35 por dia só de seguro e imposto.

Firmo contou que é comum acontecerem leilões de frete. “Tem 10 fretes e 50 caminhões, fazem um leilão na hora”, descreveu o caminhoneiro, completando que alguns colegas aceitam a carga por preços que não cobrem os custos. “Sempre alguém faz por menos, têm compromissos, precisa pagar”, reconheceu o caminhoneiro.

A deputada Carminatti explicou a origem do problema. “Nos últimos anos a frota catarinense passou de 80 mil para 140 mil caminhões. A oferta maior que a procura prejudicou os caminhoneiros”, justificou a parlamentar.

Francier Turela, de Nova Alvorada (RS), conseguiu descarregar o caminhão em Chapecó, mas ficou parado três dias na BR-163, no município de Irani. O motorista contou que depois de abastecer e pagar pedágios sobra ao caminhoneiro, em média, R$ 0,50 por quilômetro. “Mas daí têm pneus, manutenção, seguro, impostos, salário do motorista, não sobra nada, falta”, criticou, alegando que antes do aumento dos combustíveis o lucro girava em torno de 30%. “Tem de baixar o preço do óleo”, reivindicou Turela.

Alduíno de Almeida Olievira, de Lagoa Vermelha (RS), está transportando 15 toneladas de cebola e 14 de batatas. “Carreguei em Ibiraiara (RS) e tenho de descarregar em Manaus (AM). São dez dias de viagem, cinco de estradas e cinco de balsa, mas estou parado aqui”, lamentou o caminhoneiro, acrescentando que não sabe quem bancará o prejuízo caso a carga pereça.

Os reflexos em Chapecó

O visitante se dá conta da greve dos caminhoneiros quando verifica que a maioria dos postos de combustíveis de Chapecó está fechada. No domingo (1º), logo que a reportagem chegou na cidade, o Posto GT, no centro, tinha gasolina. “Chegou hoje de manhã, 20 mil litros, mas já está acabando”, contou o gerente Edson Ricardo.

Já nesta segunda-feira outros postos dispunham de combustíveis e as rádios da cidade informavam a todo momento quais postos deviam ser procurados.

Vítor Santos
Agência AL

Voltar