Região de Caçador recebe seminário de Currículo Funcional Natural
Um novo olhar para ensinar e o aprender foi tema do Seminário Sobre Currículo Funcional Natural que reuniu aproximadamente 250 profissionais da área da educação, saúde e assistência social das Apaes da Região Planalto, nos dia 21 e 22 de novembro no município de Caçador. Promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado José Nei Ascari (PSD), o seminário tem apoio da Escola do Legislativo, Conselho das Apaes da Região Planalto e Apae de Caçador.
Para o coordenador da Escola do Legislativo “focar na pessoa e não na deficiência é de suma importância para valorizarmos as aptidões dos indivíduos. Eventos como esse abordam políticas públicas e levam o conhecimento para os diversos níveis da nossa sociedade”, conclui Antoninho Tibúrcio Gonçalves.
O conselheiro das Apaes da Região do Planalto ressaltou a importância de parcerias como a promovida pela Alesc para o desenvolvimento de políticas públicas que melhorem o atendimento a pessoas com deficiência. As Apaes e todos os profissionais estão abertos a mudanças significativas que venham valorizar as aptidões das pessoa com deficiência, destacou Ricardo Stanguerlim.
A Introdução e a aplicação do Currículo Funcional Natural e a importância de um trabalho sistematizado com famílias foi o tema abordado durante a manhã.
Segundo a psicóloga, psicopedagoga e doutora em Educação Especial Maryse Suplino, o Currículo Funcional Natural deve ser um o conjunto de objetivos relacionados aos procedimentos utilizados para ensinar, considerando a dinâmica própria que cada um tem para aprender. Ele deve ser funcional no sentido de que os objetivos que serão ensinados tenham função para a vida, que possam ser utilizados a curto, médio ou longo prazos. O aluno poderá utilizar de fato o que aprendeu em sua própria vida ou para contribuir em sua família e comunidade.
Valorizar os profissionais da educação e principalmente os que atuam na educação especial é dever de todo gestor público enfatizou o secretário executivo da Agência de Desenvolvimento Regional de Caçador Imar Rocha, na abertura do evento.
O papel do professor é estabelecer as metas funcionais, buscar as situações naturais para ensinar e buscar parceria com as famílias. De acordo com Suplino, o professor é a figura determinante para o avanço dos alunos. Quando ele estabelece metas, se compromete com elas, no sentido de que seu aluno logre o que foi estabelecido e acredita no aluno, não tem como o aluno não avançar. Quando se fala em Currículo Funcional Natural, faz-se necessário pensar em plano individualizado de ensino. Nada mais lógico, o que é funcional para uma pessoa, não é necessariamente para outra. Outra questão a ser abordada é o ensino a avaliação como eixos centrais para o êxito na aplicação do currículo funcional natural envolvendo exemplos práticos.
O evento aborda temas como a aplicação prática do Currículo Funcional Natural no dia a dia e a contextualização através de estudo de casos trazidos pelo grupo e a construção de instrumentos a serem utilizados na prática. O Currículo Funcional Natural é uma proposta de ensino que visa à melhoria da qualidade de vida diária dos educandos. Trata-se, portanto, de um ensino que oferece oportunidades naturais para os alunos aprenderem o que é importante para torná-los mais independentes, produtivos, felizes e competentes em diversos contextos da vida em comunidade, como o vocacional, acadêmico, recreativo, esportivo, familiar e de autocuidados. Chama-se funcional porque não avalia apenas o educando, mas procura entender o que pode ser útil e funcional para melhorar o desempenho global, o acesso ao conhecimento, garantindo assim, a melhoria e qualidade de vida do educando e seus familiares.
Texto e fotos: Janice Steidel Krasniak
Assessora da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência