Autismo não impede Bernardo de estudar, trabalhar e sonhar
Com diagnóstico de autismo moderado, apoio da família e acompanhamento psicológico, Bernardo Graff (17), morador do Campeche, em Florianópolis, cursa o 3º ano do ensino médio, trabalha na Assembleia Legislativa e sonha ser professor ou advogado.
“Nunca tinha trabalhado, minha mãe que escolheu este trabalho aqui. É muito legal porque tenho vários amigos. Em casa ficava só no computador”, contou Bernardo, acrescentando que em 2020 planeja entrar na UFSC ou na Univalli. “Quero fazer História ou Direito”.
“Ele é comprometido, participativo, colaborativo, responsável, respeitoso, tem empatia, assim como ele aprende, nós aprendemos com ele”, declarou Felipe Correa Vieira, assistente administrativo do Programa Antonieta de Barros (PAB), que integra, junto com o programa Alesc Inclusiva, a política de ação afirmativa do Legislativo barriga-verde.
Bernardo presta serviços no PAB, elabora o registro e os relatórios de frequência dos estagiários, atende o telefone e realiza pesquisas na internet.
“Faz tudo o que gente pede e na hora”, afirmou Felipe, explicando em seguida que Bernardo ainda tem um ano de estágio e que após o fim do contrato será encaminhando ao mercado de trabalho.
“Ele terá um perfil profissional que criou aqui na Alesc”, avaliou Felipe Vieira.
Acompanhamento psicológico
Bernardo conta com acompanhamento psicológico na modalidade Análise Comportamental Aplicada (ABA), oferecido pelo Grupo Integrar, contratado pela família.
“Acompanhamos as habilidades sociais do Bernardo há um ano. O autismo pode ser leve, moderado ou severo e o Bernardo foi diagnosticado com autismo moderado, mas o neurologista está impressionado, acha que ele pode estar passando de um nível para outro, de moderado para leve”, revelou Amanda dos Anjos Correa, psicóloga do Grupo Integrar.
O segredo do sucesso? Segundo Amanda, o apoio e a estabilidade em casa, tratamento adequado e a oportunidade de estágio.
“O estágio fez ele se sentir importante, aqui tem uma função, como atender o telefone, registrar o ponto, além do acolhimento, como agora, todo mundo parado em torno dele, é meio caminho para dar certo”, argumentou a psicóloga.
“A mãe é ótima, ele mora com ela e os avós maternos”, ponderou Juliana Barbato, também psicóloga do Grupo Integrar, que explicou à reportagem da Agência AL que o método ABA exige o acompanhamento e o trabalho das habilidades sociais nos ambientes em que os autistas circulam, em casa, na escola e no trabalho.
Agência AL