Audiência pública discute medidas para preservar sanidade equina
A necessidade de concurso público para a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina foi uma das questões levantadas para a preservação da sanidade equina no estado, em especial para o evitar a proliferação do mormo. O assunto foi discutido na sexta-feira (19), em audiência pública na Câmara Municipal de Chapecó, no Oeste catarinense, pelas Comissões de Legislação Participativa e de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa.
O mormo é uma doença que atinge cavalos e é considerada uma zoonose por ser transmitida ao homem. A audiência sobre a doença reuniu autoridades ligadas a questão rural, entidades da região Oeste, CTGs e Sindicatos de Trabalhadores Rurais. Solicitado pela Associação Chapecoense da Cultura Tradicionalista Gaúcha (ACCTG), o encontro que durou pouco mais de três horas esclareceu dúvidas e contribui para a elaboração de encaminhamentos que possam assegurar para que Santa Catarina se declare livre da doença.
Considerada uma doença altamente contagiosa, o morno não tem cura e quando comprovado por exame condena o animal ao sacrifício. Com um rebanho de 100 mil cavalos, há 11 anos o estado não registrava a zoonose, mas a recente notícia de que em 2015, 22 animais foram diagnosticados com morno, em quatro municípios catarinenses, vem gerando uma série de preocupações aos proprietários de equinos. Com o primeiro caso em São Cristovão do Sul, o mormo também teve casos de diagnostico positivo em Ponte Alta, Rodeio e Tijucas.
Esclarecimentos da Cidasc
Presente ao encontro, o presidente da Cidasc, Enori Barbieri, explicou que não existe uma proliferação, mas pequenos focos encontrados que estão sendo fiscalizados para que a doença não fuja do controle. “Num universo de 100 mil equinos no estado, 8.876 exames já foram realizados, ou seja aproximadamente 10% dos animais, e vamos continuar realizando. Contamos com o apoio dos proprietários para que estes exames sejam realizados, assim estaremos saneando o estado para o mais rápido declarar livre do mormo”, pontuou.
Segundo Barbieri, outra medida da Cidasc é a determinação para que qualquer evento com aglomeração de cavalos tem que obrigatoriamente apresentar o exame negativo de cada animal. “Esse é um trabalho intenso, e sofrido, mas necessário pra preservar a sanidade equina. Para que ocorra o sacrifico do animal, se faz necessário a realização de dois exames, o primeiro realizado pelo proprietário, e a contra prova realizada pela Cidasc”, esclareceu.
Providências
Ao fim do debate, encaminhamentos foram elencados para que se possam buscar as ações concretas. Entre as solicitações, foi constatada a necessidade urgente de concurso público para funcionários da Cidasc; a necessidade de fiscalização, especialmente nas divisas e fronteiras; e a criação do Comitê Estadual de Sanidade para debater e fiscalizar a questão da zoonose, sendo que muitos estados já criaram seus comitês.
O presidente da Comissão de Legislação Participativa, deputado Cesar Valduga (PCdoB), destacou que a audiência de caráter educativo e pedagógico mostra como o proprietário deve se comportar neste momento. Segundo ele, a Cidasc vem realizando um trabalho efetivo com relação ao problema, porém conta com o apoio dos proprietários para que a doença não se espalhe. “Além do trabalho intensivo do Cidasc, outros órgãos governamentais do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina marcaram presença neste encontro com o interesse em combater esse maléfico problema que atinge não apenas o sul do estado, mas diversos estados da federação”, mencionou.
Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado Natalino Lázare (PR) salientou que a prevenção é a maneira mais eficaz para acabar com o problema. “O que queremos hoje é informar para gerar resultados o mais rápido possível”, frisou. Já o deputado Dirceu Dresch (PT) falou que a iniciativa do Parlamento é de extrema importância, uma vez que reúne a sociedade para apresentar tecnicamente o problema, apresentando ações que possam contribuir para prevenção, uma vez que região Oeste apresenta uma forte cultura tradicionalista de cavalgadas, CTGs, entre outros eventos que ocasionam a aglomeração de equinos. “Além do prejuízo da perda de um animal, o estado tem uma perda econômica, sendo que hoje a economia esta vinculada ao trabalho do cavalo”, observou.
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