Acafe ajudou SC a superar defasagem de vagas em relação ao PR e RS
A Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe), homenageada pela Assembleia Legislativa nesta segunda-feira pelos 40 anos de fundação, ajudou Santa Catarina a superar a defasagem de oferta de vagas no ensino superior em relação ao Paraná e ao Rio Grande do Sul. Comparando o censo de 1960 com os dados do ensino superior de 1963, ambos do IBGE, verifica-se que o estado possuía 673 mil habitantes, 21 cursos, 269 professores e 986 alunos no terceiro grau, ou seja, 0,14% da população. O Rio Grande do Sul, com 2,3 milhões de habitantes, tinha quinze vezes mais professores, sete vezes mais cursos e quatorze vezes mais alunos, isto é, 0,60% da população estudando em uma faculdade.
Já o Paraná, com 1,3 milhão de habitantes, possuía seis vezes mais professores, quatro vezes mais instituições e oito vezes mais alunos, com 0,61% dos habitantes na universidade. Esta desproporção entre cursos, professores e matrículas existentes entre os estados do Sul gerou um déficit radical de oferta de vagas em cursos superiores em Santa Catarina. Não foi atoa que até meados da década de 1970 os jovens catarinenses migravam para Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo em busca de formação superior.
A Acafe entra em campo
Em 1977 o IBGE constatou que 3.665 alunos concluíram o terceiro grau em solo barriga verde, enquanto o Paraná contabilizou 9.082 formandos e o Rio Grande do Sul 15.687. Apesar de ainda defasados em relação aos estados fronteiriços, os dados de 1977 apontam para uma mudança no perfil de oferta de vagas, uma vez que 38% dos formandos de 1977 colaram grau em “estabelecimentos isolados municipais”, classificação estabelecida pelo IBGE que inclui as instituições de ensino superior criadas por lei municipal, isto é, as faculdades integrantes da Acafe, criada em 1974.
Sete anos depois, em 1981, o Paraná possuía 49 unidades de ensino superior, o Rio Grande do Sul 63 e Santa Catarina 36, sendo uma universidade federal, cinco unidades vinculadas ao estado, 22 “estabelecimentos isolados municipais” e oito faculdades privadas. Um ano depois, em 1982, o estado ampliou sua oferta de vagas em mais um campus, enquanto os “estabelecimentos isolados municipais” pularam para 27.
A virada educacional
A relação habitantes/matrículas no ensino superior aparece estabilizada em 1999, quando a população catarinense atingiu 4,2 milhões, mais da metade dos 7,7 milhões do Paraná e dos 8,3 milhões do Rio Grande do Sul. Neste ano o IBGE encontrou 158 mil matrículas no ensino superior no Paraná, cerca de 2% dos paranaenses; 217 mil no Rio Grande do Sul, cerca de 2,6% dos gaúchos; e 98 mil em Santa Catarina, ou seja, 2,3% dos catarinenses.
Destas 98 mil matrículas, 15,2 mil estavam na UFSC, 5,1 mil na Udesc e mais de 77 mil nas instituições municipais, comunitárias, filantrópicas e privadas, maior parte integrada à Acafe.
Todavia, somente no século XXI o estado logrou superar a defasagem histórica de homens e mulheres formados no terceiro grau. Em 2010, segundo o IBGE, 8,38% dos habitantes de Santa Catarina possuíam curso superior completo, enquanto o Paraná e Rio Grande do Sul tinham, respectivamente, 8,33% e 7,5% dos habitantes formados no terceiro grau.
A Acafe hoje
Atualmente o sistema Acafe oferece 1.021 cursos de graduação, 496 cursos de pós-graduação, possui 9.198 professores, sendo 4.188 mestres e 1.779 doutores, que lecionam para 125.977 alunos matriculados em 16 instituições, com campi espalhados por 52 cidades catarinenses.
Agência AL