Venzon critica decisão do governo federal de importar médicos estrangeiros
Segundo o parlamentar, o problema do Brasil não é a falta de médicos e sim a má gestão do SUS
O deputado Serafim Venzon (PSDB) criticou a decisão do governo federal de trazer cerca de 6 mil médicos estrangeiros para atuar no Brasil. Em 2012, mais de 388 mil médicos trabalhavam no território nacional, o dobro aconselhado pela Organização Mundial de Saúde. Além disso, o país forma 16 mil profissionais por ano.
Para Venzon, que também é médico, o problema da saúde pública no Brasil passa por três questões: falta de estrutura no interior, credenciamento e gestão plena do SUS. “O problema do Brasil não é a falta de médicos e sim a má distribuição dos profissionais por causa da má gestão do SUS”.
O parlamentar esclarece que a falta de médicos no interior do estado não é exclusivamente por opção dos profissionais e sim pela falta de estrutura adequada nos hospitais. “O médico não está lá porque infelizmente o atual sistema público faz movimentar as pessoas em longa distância, para receberem atendimento médico, de várias maneiras. Uma delas é não pagando o médico de forma adequada”, aponta.
Venzon afirma que é necessário reestruturar a gestão do SUS e investir nos hospitais do interior. “É preciso oferecer estrutura para atendimento nas cidades interioranas, senão vai aumentar cada vez mais a ambulancioterapia”, pontua.
Para o deputado, o problema dos credenciamentos dos hospitais também favorece o encaminhamento de pacientes para a capital e centros de referência. Ele cita o exemplo do Hospital de Rio do Sul, que não tem credenciamento para cirurgias neurológica, urológica e gastrointestinal, mas que tem condições técnicas para realizar essas operações. “Esse quadro se espalha por toda Santa Catarina”.
Gestão plena também atrapalha serviços do SUS
Para Serafim Venzon, o terceiro grande erro do SUS é a gestão plena. “Diz-se que o SUS é para todos, mas na verdade se estabelece um teto. Em Blumenau, só é permitido atender a 400 pacientes. Dos 800 que estão na fila, 400 ficam de fora. Assim é em Lages, em Joinville, em Brusque, assim é nas 295 cidades.”, lamenta.
Segundo Venzon, a responsabilidade pelo caos na saúde não é do governo estadual, nem municipal. “A crise na saúde é nacional. Temos que rever a gestão do SUS, dito como o maior programa de saúde do mundo, que no papel é algo excelente, mas que na prática tem uma burocracia que centraliza”.
O deputado criticou a decisão da presidente Dilma quanto à matéria. “Não vai ser importando 6 mil médicos para o Brasil que se resolverá o problema. Isso vai aumentar ainda mais a ambulancioterapia. Se eles ficarem no interior, sem uma estrutura adequada, vai ter mais médicos lá, mandando gente para as capitais, para os centros de referência”
Ana Maria Leal da Veiga
Jornalista / Assessoria de Imprensa Deputado Serafim Venzon
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