Saneamento ecológico é tema de mesa do Mês do Ambiente
“Soluções baseadas na natureza e saneamento ecológico” é o tema de uma mesa debate que será realizada nesta sexta-feira (23), no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Serão discutidas alternativas ecológicas para o problema do saneamento básico, tão grave em Santa Catarina, com foco no atendimento à população e na preservação dos ecossistemas. O evento faz parte do Mês do Ambiente, promovido pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente, por proposição do deputado Marquito (Psol).
O debate em torno de um futuro efluente zero, que é possível, será com: os professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Maria Elisa Magri (Engenharia Ambiental), Pablo Sezerino (Engenharia Ambiental) e Paulo Horta (Botânica); a bióloga e pesquisadora da UFSC Daniele Damasceno; o professor da Universidade do Estado de Santa Catarina, Eduardo Belo Rodrigues, coordenador do programa Saneamento Básico Rural; o diretor de Engenharia e Qualidade Ambiental do Instituto do Meio Ambiente, Matheus Zaguini; e o eco-pedagogo Dan Baron, integrante da organização Ecoe Brasil, que recentemente contribuiu na construção do projeto de lei do Ecocídio, protocolado na Câmara dos Deputados.
O saneamento ecológico trabalha com diferentes tecnologias, em geral de forma descentralizada, para transformar resíduos em recursos. A captação e o tratamento de urina em grandes locais, como universidades, por exemplo, podem gerar um excelente fertilizante. As fezes viram condicionadores do solo, biogás, etc. Os jardins filtrantes e as wetlands purificam a água. Pode-se utilizar banheiros secos, sistemas baseados na permacultura, bacias de evapotranspiração e muitas outras ferramentas.
A temática do saneamento é muito importante para Santa Catarina, estado turístico cujas praias e cursos d´água têm sido sistematicamente poluídos com esgotos não tratados. No relatório de balneabilidade mais recente do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, 23% dos 237 trechos de praia analisados estão impróprios. No verão, esse número era de 35%. Dados do Boletim Qualiágua SC, sobre a qualidade da água dos cursos d’água catarinenses, divulgado a cada três meses pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável, mostra que dos 40 pontos analisados, 18 não atendem os parâmetros de qualidade estabelecidos, ou seja 45%.
Está claro que o atual modelo, majoritariamente centralizado, não está sendo suficiente. O saneamento ecológico pode coexistir com o saneamento tradicional, e precisa ser debatido. Venha refletir sobre o tema.