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Presidente da Casan deve prestar esclarecimentos sobre desastre em Florianópolis
O presidente da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Edson Moritz Martins da Silva, foi convidado a comparecer à Assembleia Legislativa na próxima semana para prestar esclarecimentos sobre o desastre ocorrido na comunidade Chico Mendes, em Florianópolis. O convite foi feito pelo deputado Matheus Cadorin (Novo) em meio a preocupações relacionadas ao desperdício de água e à falta de tratamento de esgoto no estado.
Desperdício
De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS), mais de um terço da água tratada em Santa Catarina é desperdiçada, não chegando às casas dos consumidores. Além disso, apenas 27,7% da população total do estado tinha acesso à coleta de esgoto em 2020, deixando mais de 5,3 milhões de pessoas sem rede de esgoto em suas residências.
O deputado Matheus Cadorin, ao apresentar essas preocupantes estatísticas no
plenário da Assembleia Legislativa, encaminhou dois pedidos de informação. O primeiro foi direcionado ao presidente da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), solicitando informações sobre as medidas adotadas para reduzir as perdas na distribuição de água. O segundo pedido foi para o diretor-presidente da Casan, pedindo informações sobre as metas para melhorar o saneamento básico e evitar o desperdício de água.
Série de desastres da Casan levanta questões críticas
Os recentes eventos envolvendo a Casan, incluindo o rompimento de uma lagoa de
infiltração na Lagoa da Conceição em 2021 e o mais recente rompimento de um
reservatório no bairro Monte Cristo, estão levantando sérias questões sobre a
segurança das operações da empresa. O deputado Matheus Cadorin ressalta que
esses incidentes geram preocupações tanto para a população quanto para o meio
ambiente.
O parlamentar destacou várias perguntas urgentes que a Casan deve responder,
incluindo a frequência dos monitoramentos dos reservatórios, a transparência e
acesso público aos registros formais desses monitoramentos, a qualificação dos
profissionais responsáveis pelo monitoramento, as práticas de manutenção dos
reservatórios e os critérios para investimentos em áreas fora do escopo da empresa
de água e saneamento.
Além disso, a Casan enfrenta questionamentos em relação à sua expansão em
outras áreas, como se tornar acionista majoritária de uma empresa de laticínios no
Rio de Janeiro, um movimento que levanta questões sobre o foco da empresa em
suas atividades essenciais.
Ações da Assembleia Legislativa em busca de transparência e responsabilidade
Em resposta aos eventos recentes, a Comissão de Economia da Assembleia Legislativa aprovou um requerimento do deputado Matheus Cadorin convidando o presidente da Casan a prestar esclarecimentos sobre o rompimento do reservatório no bairro Monte Cristo. A reunião está marcada para o próximo dia 27 e busca garantir a transparência e a prestação de contas das instituições responsáveis pelos serviços essenciais à população catarinense.
O deputado Nilso Berlanda (PL) também solicitou que líderes comunitários do bairro Monte Cristo sejam ouvidos, demonstrando o compromisso da Assembleia em assegurar a transparência e responsabilidade das instituições que fornecem serviços fundamentais para a população de Santa Catarina.
“O desastre na comunidade do Monte Cristo ressalta a importância de uma revisão completa das operações da Casan para garantir a segurança e qualidade dos serviços prestados em todo o estado”, finaliza Cadorin.
