“Políticos que buscam popularidade acabam saindo caro ao contribuinte”
Questionado sobre as tradicionais práticas da política brasileira e do uso desmedido do dinheiro público, o deputado Jessé Lopes (PSL) explica que, em muitos casos, políticos prometem fazer coisas que não podem fazer em busca de popularidade.
Em entrevista à Rádio Vertical, em Criciúma, o deputado criticou a política baseada na busca de todo tipo de reivindicação, o que muitas vezes faria o político se corromper para atender demandas irreais que muitas vezes cabem ao executivo.
“Vocês querem que o deputado faça coisas que muitas vezes ele não pode fazer. Isso também é um pouco culpa do povo. Muitas vezes querem que o legislador faça coisas que cabem ao executivo e então os deputados, nessa insanidade de buscar fazer o que é da sua competência, acabam saindo muito caro ao contribuinte”, disse.
Jessé Lopes acrescentou que a sua campanha buscou apenas prometer o que era possível, dentro da atribuição legislativa, sem favorecimentos nem atendimento a demandas particulares.
“A minha campanha foi assim: não prometi cargo, não paguei ninguém. Eu vendi a minha ideia, a minha proposta como deputado”, disse.
O deputado explica que o velho modo de fazer política confunde as atribuições entre executivo e legislativo, levando o legislador muitas vezes a prometer o que não poderá cumprir. O resultado disso, pontua, é que o político acaba tendo que comprar votos, prometer cargos, levando a gastos e corrupção.
“Quando eu me elegi, avisei na internet: quem vier atrás de conta de luz, quem vier pra resolver problema particular, para pedir favores pessoais e outras coisa, nem venha. Nem vem porque não vai ter. Não vou ficar afagando vontades. Isso tudo já é compra de votos.”
Na entrevista, Jessé Lopes diz ser alvo de críticas devido sua postura independente.
“Muitas vezes as pessoas me dizem: ‘esse seu jeito mais técnico de tratar a política pode não ser muito popular e você não vai se reeleger’. Ótimo! Volto para o meu consultório. Pelo menos eu volto com a minha consciência tranquila”, declarou.
Jessé Lopes tenta dar o exemplo de atuação pública em seu próprio gabinete. Nos dois primeiros meses de legislatura, economizou R$ 210 mil reais. Ele afirma que o eleitor é responsável por seu voto e deve ter a consciência disso.
“Se as pessoas preferiram votar naquele fanfarrão que diz que faz e acontece, gasta pra caramba e não tem um custo benefício para o estado, fica na consciência de cada um”, disse o deputado.