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Padre Pedro recebe reivindicações dos professores que pedem reajuste de 23%
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL
O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) recebeu nesta quinta-feira (24), em nome da Assembleia Legislativa, as reivindicações dos trabalhadores em educação na rede pública estadual. O documento, entregue pelas diretoras do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) Alvete Pasin Bedin e Ilone Moriggi, expõe as seis reivindicações da categoria: correção salarial de 23%, atualização do piso salarial, utilização de 100% do Fundeb para descompactação da tabela salarial, atualização do vale alimentação, revogação do desconto de 14% dos aposentados e melhorias no SC Saúde.
Na próxima quarta-feira (30), anunciou Padre Pedro, as lideranças dos partidos vão se reunir para deliberar sobre o documento recebido. “Em nome da Assembleia Legislativa e do presidente da casa, deputado Júlio Garcia, recebemos as justas reivindicações dos professores da nossa rede estadual de ensino, que já foram encaminhadas ao governo do estado. Como não poderia deixar de ser, estamos ao lado das professoras e dos professores catarinenses nessa luta por melhores salários e por melhores condições de trabalho”, disse Padre Pedro, segundo vice-presidente da Alesc.
As dirigentes sindicais também entregaram pedido de empenho à Alesc “para uma tramitação célere e consequente aprovação” de três projetos de interesse do professorado: a modificação dos descontos previdenciários aos servidores estaduais aposentados, o plano de carreira do magistério estadual e a regulamentação da contratação de professores temporários. A deputada Luciane Carminatti (PT) também participou da entrega das reivindicações à Alesc.
Conforme relato das dirigentes sindicais ao deputado Padre Pedro, os salários dos professores de Santa Catarina estão corroídos pelo avanço inflacionário e não são corrigidos há quatro anos. A última revisão salarial aconteceu em 2021. Cálculos do Sinte, com base no IPCA/IBGE, sustentam a reivindicação de reajuste linear de 23% para todo o professorado – 18% em função das perdas pela inflação e 5% de ganho real.
De acordo com os professores do Sinte, a execução do reajuste “é totalmente viável para o orçamento da Secretaria de Educação”, que este ano terá um acréscimo de cerca de R$ 1,6 bilhão em relação ao orçamento de 2024, com base na estimativa de crescimento da receita do governo do estado em 9,5% para 2025.
Outro ponto na pauta é o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério, atualizado em 2025 para R$ 4.867,77. Em Santa Catarina, porém, o estado continua pagando apenas R$ 4.600,00. Os professores também querem a utilização de 100% dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), repassados ao estado pelo governo federal, para descompactação da tabela salarial, o que representa um valor adicional estimado em cerca de R$ 750 milhões este ano. Em negociação com a categoria em dezembro do ano passado o governo estadual assumiu o compromisso de atender essas duas reivindicações.
A revogação integral do desconto de 14% sobre o rendimento de cerca de 27 mil aposentados e pensionistas também está na pauta. A categoria quer a revogação do desconto para todos aposentados que recebem valores inferiores ao teto do INSS, atualmente em R$ 8.092,54. Outras reivindicações são a atualização do vale alimentação para R$ 600,00 e melhorias na rede de atendimento do SC Saúde, principalmente em cidades distantes da capital.
