Marlene vota em favor do prosseguimento do processo de impeachment
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL
Ao votar pela aprovação do pedido de prosseguimento do impeachment do governador Carlos Moisés e da vice Daniela Reinehr, a deputada Marlene Fengler (PSD) lamentou a situação. "Eu preferia não passassemos por este momento, um dia que marcará a história de Santa Catarina, mas que não há o que celebrarmos. Gostaria que estivéssemos comemorando avanços na gestão do Estado, no desenvolvimento econômico, social e em outras áreas", destacou.
A parlamentar disse que havia tomado a decisão com muita responsabilidade e com base no parecer da Procuradoria da Assembleia Legislativa e da análise da Comissão Especial que apurou o caso. Também lembrou que a decisão final caberá à comissão que será conduzida pelo presidente do Tribunal de Justiça e formada por cinco deputados eleitos pelo Parlamento e cinco desembargadores sorteados. Essa comissão técnica e política terá vários meses para analisar o processo e ouvir as partes envolvidas. Somente após será decidido se o governador e sua vice permanecerão ou não nos cargos.
Marlene lembra que em 2018 fez campanha para o candidato que perdeu a eleição, porque considerava-o mais preparado para administrar o Estado. Mas respeitou e resignou-se com o resultado da eleição que deu a Carlos Moisés e a Daniela Reinehr uma vitória histórica, com quase 72% dos votos. No entendimento da parlamentar, prevaleceu nas urnas a escolha de um número que prometia a renovação. "Mas algo que se faz sem planejamento tem muito mais chances de não dar certo", ponderou.
A deputada ressaltou que em seu primeiro ano de mandato Moisés não encontrou qualquer resistência no Parlamento. "Aprovamos projetos importantes para Santa Catarina, como a manutenção da isenção tributária para os agroquímicos, a reforma administrativa, ou neste ano, o Projeto de Decreto Legislativo de calamidade pela pandemia de Covid-19".
Na opinião da parlamentar, ao longo de dois anos de mandato, as deficiências do governo foram surgindo e, com isso, a decepção das pessoas pelos pequenos e grandes erros cometidos ao longo desse período, como a questão do pagamento antecipado dos R$ 33 milhões por respiradores que não chegaram.
"Essa apatia da sociedade é um sinal indiscutível de que os eleitores não escolheram um projeto de governo, votaram em um número", emendou, observando que este é um ano eleitoral e mais uma vez a população tem a oportunidade de apontar quem a representará nas prefeituras e Câmaras Municipais.
Defendendo que os eleitores devem pesquisar os candidatos e optar por quem melhor representa seus anseios e verdades, observou que "não se trata de velha ou nova política, mas de cada um exercer sua cidadania e contribuir pelo bem-estar de suas comunidades, do Estado e pela consolidação da democracia.”