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Marlene defende que Estado adote medidas de incentivo à produção de orgânicos
A deputada Marlene Fengler (PSD) encaminhou ao governador Carlos Moisés da Silva e ao secretário da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, solicitação para que o Estado adote medidas instituindo incentivos fiscais aos agricultores que produzem orgânicos em Santa Catarina. Na indicação, a parlamentar elenca uma série de considerações ressaltando que a agricultura catarinense é uma atividade social e econômica importante para um expressivo número de famílias que vivem no meio rural.
Lembra que são mais de 183 mil estabelecimentos agropecuários que produzem uma diversidade de alimentos e matérias-primas para autoconsumo, alimentação de animais e comercialização em todo o estado e que o setor é responsável pela geração de cerca de 500 mil postos de trabalho diretos e outros milhares em diversas cadeias produtivas. "Santa Catarina se caracteriza historicamente pela força da agricultura familiar e pelo predomínio de pequenas propriedades rurais", ressalta, ao observar que do total de 497,8 mil pessoas ocupadas em 2017 na agropecuária catarinense, 80% são familiares do produtor rural.
No país, o agronegócio corresponde a 23% do Produto Interno Bruto e por quase metade (44%) do total das exportações brasileiras. O atual modelo agrícola brasileiro, entretanto, ainda não possibilita a produção extensiva sem uso de agroquímicos, máquinas e outros insumos. Por outro lado, o aumento da produção de alimentos é um tema global, já que a demanda cresce a cada ano, com o aumento da população nos países em desenvolvimento e pela longevidade, devendo chegar a 10 bilhões de pessoas em 2050, segundo projeções da ONU contra os atuais cerca de 7 bilhões.
"Ao mesmo tempo em que há pressão para que os agricultores aumentem a produtividade de suas lavouras de forma a atender a demanda, há também crescente interesse pelo consumo de produtos mais saudáveis e maior conscientização em relação ao uso dos recursos naturais e de uma produção sustentável", observa a deputada Marlene. O desafio seria aumentar a produtividade com uso de novas tecnologias visando soluções que otimizam o tempo do produtor, reduzam o consumo de insumos e diminuam os impactos ambientais.
E isso, na opinião da parlamentar, seria construído com mais investimentos em pesquisas genéticas e biotecnológicas para tornar possível o cultivo de plantas mais resistentes e melhor adaptadas às condições climáticas e de solo de cada região do estado. "A equação que precisa ser resolvida é o aumento da produtividade sem necessariamente ampliação da área plantada e com cada vez menos uso de agroquímicos, mas isso não será possível de um dia para o outro", diz ela, ao defender a definição de uma política de incentivo fiscal e científico à produção orgânica. "É preciso desenvolver um programa de redução gradual do uso de agroquímicos, estimular quem produz orgânicos e investir em pesquisa e tecnologia. Usar a ciência para mudar a realidade agrícola do nosso estado", explica Marlene, lembrando que Santa Catarina conta com órgãos como a Epagri e a Cidasc que possuem técnicos altamente qualificados e que podem, por meio de pesquisas e investimentos científicos, contribuírem no desenvolvimento de alternativas que propiciem a produção extensiva de orgânicos em Santa Catarina.
Rossani Thomas
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