Luciane destina emenda de R$ 11 milhões às Casas Familiares Rurais
A deputada Luciane Carminatti (PT) protocolou, na Assembleia Legislativa (Alesc), emenda ao orçamento estadual de 2025 no valor de R$ 11 milhões destinada a garantir a manutenção das Casas Familiares Rurais (CFRs), que totalizam 11 unidades em Santa Catarina.
Durante as sessões e comissões da Alesc Itinerante que nesta semana ocorreu em Chapecó, este foi um dos principais assuntos levantados e bastante debatido pela deputada Luciane, presidente da Comissão de Educação e Cultura. Isto porque a Secretaria de Estado da Educação (SED) anunciou, através das Coordenadorias Regionais, no último dia 22 de novembro, que pretende fechar todas as Casas Familiares Rurais.
“Eles informaram que todos os primeiros anos não poderão abrir matrículas para 2025. Então não tem matrícula para o ano que vem. Significa que as casas não continuam, já fechando Xaxim, Seara, Quilombo e Saudades. Verificamos que a maioria não apresenta problemas, pelo contrário, tem boa qualidade e em todas elas têm alunos. São 693 filhos e filhas de agricultores familiares que querem frequentar as aulas.”
O número de alunos matriculados também vem aumentando. Em 2020 eram 520, em 2023 foram 639 e em 2024, 693. A modalidade das CRFs é diferente porque mantém o vínculo dos alunos com a família, pois eles ficam um tempo na casa aprendendo e um tempo na propriedade. “Será que a nossa agricultura familiar só tem valor no discurso político?”, questionou.
Formação educacional
Segundo a deputada, as instituições desempenham papel fundamental na formação educacional de jovens do meio rural, adotando o modelo de pedagogia da alternância, que integra o aprendizado teórico com a prática no campo.
“A manutenção dessas unidades é essencial para garantir infraestrutura adequada, aquisição de materiais didáticos, capacitação de educadores e suporte às atividades pedagógicas e produtivas.”
Conforme Luciane, as CFRs contribuem diretamente para a produção de alimentos, fixação dos jovens no meio rural, evitando o êxodo rural, promovendo o desenvolvimento sustentável e fortalecendo as economias locais.
Com os recursos da emenda, a deputada objetiva assegurar condições de continuidade das atividades, ampliando o impacto positivo nas comunidades atendidas e incentivando o protagonismo dos jovens na agricultura e na gestão de suas propriedades.
Experiências
A reunião da Comissão de Educação abriu espaço para a apresentação de experiências positivas de quatro instituições de ensino do Grande Oeste do Estado, em projetos que envolvem a educação sobre a democracia, formação do jovem do campo e conscientização sobre dependência tecnológica.
Apresentaram projetos as seguintes escolas: Escola Casa Familiar Rural Esperança, de Iporã do Oeste; Escola Municipal Francisco Corá, de Guatambu; Escola Campo Municipal Bela Vista localizada, de Nova Itaberaba e Escola Educação Básica Gomes Carneiro, de Xaxim.
“Depois da notícia de fechamento de quatro casas familiares rurais e de não haver rematrícula para o primeiro ano do ensino médio no próximo ano letivo, também aprovamos uma moção apelando ao governo do Estado para que suspenda esta decisão”, disse Luciane. “É fazer justiça com os nossos estudantes, com a agricultura familiar catarinense e garantir sucessão na propriedade.”
Juliana Wilke
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