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05/10/2016 - 15h19min

Incentivo ao plantio de milho é alternativa para superar crise na suinocultura

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Deputado Natalino Lázare

A crise na suinocultura brasileira foi tema de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília. O debate ocorreu na terça-feira (4) e contou com a participação do presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Natalino Lázare (PR).

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Marcelo Lopes, deu início à discussão apresentando um panorama da crise na suinocultura desde quando iniciou em janeiro de 2016 e também comentou as baixas perspectivas do mercado interno para 2017. Segundo ele, de janeiro a setembro deste ano, o setor já acumula R$ 2,4 bilhões de prejuízo.

“Talvez essa seja a maior crise dessa década não só para os produtores, mas também para a indústria de uma forma geral e infelizmente não estamos vendo uma solução a curto prazo. Pelas nossas perspectivas esse quadro só vai começar a mudar em julho do próximo ano, com a entrada da safrinha, então é necessário adotar medidas emergenciais para que a cadeia não sofra perdas sem precedentes”, disse.

O atual momento econômico do país vem afetando diretamente a atividade, fazendo a suinocultura enfrentar uma das piores crises de sua história. Os custos de produção vêm se mantendo em patamares muito acima dos valores de comercialização do suíno vivo, o que tem levado muitos suinocultores a deixar essa atividade. Além disso, no último ano o milho vem apresentando alta de mais de 70% e sendo cada vez mais escasso no mercado interno devido ao aumento da exportação.

O grão é fundamental para o agronegócio catarinense, pois fomenta a avicultura, a suinocultura e a produção leiteira, mas vem perdendo espaço para a soja nas propriedades rurais. “O milho é um insumo essencial para as cadeias produtivas do Brasil. Realmente faltou planejamento por parte do governo federal. Não houve regulação de estoque e ainda não conseguimos antecipar ações para se prevenir de uma crise. Portanto, o planejamento futuro para o agronegócio é importantíssimo”, ressalta Lázare.

O deputado destacou algumas ações que Santa Catarina tem feito para superar esta crise. “O Governo do Estado de Santa Catarina, que tem como secretário da Agricultura o Moacir Sopelsa, criou um programa junto às cooperativas de incentivo ao plantio de milho, porque os custos de frete são altos e é preciso incentivar a economia local”, explica.

O programa contempla a produção de milho exclusivamente para grãos, isto é, não destinado à silagem, e comercializado somente dentro do Estado. O fornecimento dos insumos definirá um preço fixo do milho ao produtor, que terá segurança do preço independentemente do comportamento do mercado na época da colheita, a partir de fevereiro de 2017.

O debate foi proposto pelos deputados Jerônimo Goergen (PP-RS), Dilceu Sperafico (PP-PR), Jorginho Mello (PR-SC) e Evair Vieira de Melo (PV-ES). Os parlamentares afirmam que além do principal foco do problema – as cotações de milho, soja e preço do suíno vivo – também foram observados aumentos nos custos com energia elétrica, mão de obra e combustíveis recentemente. Todo esse aumento nos custos, somado à perda de poder aquisitivo do consumidor brasileiro, fatalmente agravará a situação financeira do setor suinícola ao longo de 2016, a qual deve se estender para 2017.

Outras ações
Além deste programa, que pretende aumentar a produção e a produtividade do milho em Santa Catarina, o Governo do Estado também busca alternativas para reduzir o custo do transporte do insumo de outros estados. Por isso, está em estudo a possibilidade de trazer milho de Goiás ou do Mato Grosso até o município de Lages, utilizando transporte ferroviário.
Outra ação para amenizar a alta do preço do milho foi a redução temporária do ICMS para a saída de suínos vivos originários de Santa Catarina. O imposto passou de 12% para 6%. A medida terá validade entre os dias 1º de março e 30 de abril. A expectativa é de que 40% dos suinocultores independentes sejam beneficiados pela medida, que dará mais competitividade aos produtores que comercializam os suínos para outros Estados.

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