Gestão de propriedades rurais é debatida durante seminário em Florianópolis
Os desafios na gestão de propriedades rurais foram discutidos por lideranças, gestores ligados ao meio rural, estudantes e interessados no tema, na última terça-feira (29), em Florianópolis. O seminário foi organizado pela Epagri/Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa).
“Não se faz desenvolvimento rural sem considerar a gestão da propriedade. Ela é um componente importante da propriedade e hoje a Epagri discute esse processo no campo da pesquisa socioeconômica e da extensão rural”, destaca Reney Dorow, gerente do Cepa. O evento tem financiamento da Fapesc e apoio da Secretaria da Agricultura e da Pesca, por meio do Programa SC Rural.
Na abertura, pela manhã, o deputado Natalino Lázare (PR), presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de SC (Alesc), destacou a força do agronegócio para trazer desenvolvimento econômico para o Estado. “O caminho mais curto para produzir desenvolvimento é a agricultura, o agronegócio, porque a gente planta agora e em alguns uns meses está colhendo. Dando condições para que o setor cresça, vamos encurtar desafios e ampliar as perspectivas de renda”, defendeu.
Luiz Ademir Hessmann, presidente da Epagri, citou a importância de se discutir a gestão para a realidade agrícola de Santa Catarina, onde 92% dos estabelecimentos rurais têm menos de 50ha. Também falou da velocidade com que a informação deve chegar ao campo. “Hoje as novidades chegam rapidamente a todos. A Epagri precisa estar no momento certo com a informação certa. Precisamos discutir a rapidez com que a informação chega na agricultura. Ela deve estar à disposição do agricultor e isso também envolve a gestão das propriedades rurais”, explicou.
Grandes negócios
“Somos o Estado da agricultura familiar”, reforçou o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies. “E isso não é sinal de agricultura pobre. Mostramos que é possível fazer, em pequenas propriedades, grandes negócios. Com ciência, tecnologia, gestão e ligações com o mercado, pequenas propriedades produzem muito”, disse. Ele também destacou que, embora sejam menores e produzam mais, as famílias que comandam as propriedades hoje não trabalham mais que as do passado. “Isso ocorre graças a tecnologias que permitem multiplicar o rendimento dos recursos. Porque acrescentamos conhecimento. Isso é competência, gestão, é conhecimento na prática”, ressaltou.
Spies também lembrou que a profissionalização no campo é um caminho sem volta. “O sucesso da propriedade não é resultado de sorte ou azar, é de quem faz mais certo. Para isso é preciso ter metodologia, conhecimento e gestão. O desafio deste evento é descobrir de que forma a pesquisa e a extensão vão levar o conhecimento socioeconômico para a frente.”
Políticas públicas
O seminário tem como objetivo criar uma rede interinstitucional para discutir a gestão na propriedade rural, a fim de estabelecer um pacote de políticas públicas voltadas para a área. A programação contou com palestras e mesas-redondas sobre temas como gestão e desenvolvimento sustentável, visão de instituições de ensino e pesquisa sobre gestão da agricultura familiar, ações de desenvolvimento, visão das entidades representativas dos agricultores sobre a gestão, desafios das organizações, entre outros.
O evento envolveu representantes de diversas instituições, como Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Embrapa, Banco Mundial, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Souza Cruz, Organização das Cooperativas do Estado de SC (Ocesc), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), Federação dos Trabalhadores na Agricultora de SC (Fetaesc), entre outras.