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Deputados criticam governo por recusar devolução do dinheiro do Ministério dos Transportes
FOTO: Bruno Collaço / AGÊNCIA AL
Os deputados Fabiano da Luz e Luciane Carminatti criticaram o governo por não aceitar a proposta do Ministério dos Transportes de devolver o dinheiro aplicado pelo Estado em obras federais, para ser investido em rodovias. Foram R$ 465 milhões investidos pelo então governo de Carlos Moisés, recursos do orçamento direcionados para obras nas BRs 163, 470, 280 e 285 em SC.
“No mandato passado o presidente Bolsonaro desprezou Santa Catarina ao extremo e para termos uma obra federal teve que o Estado, através da Secretaria de Infraestrutura, com autorização da Assembleia Legislativa, repassar dinheiro para o Ministério dos Transportes. Foi assim que nós vimos algumas obras federais acontecerem”, lembrou o deputado Fabiano, líder da Bancada do PT na Alesc.
A deputada Luciane disse que é inacreditável imaginar que um gestor público é contra receber dinheiro público para fazer obras. “Ou está sobrando dinheiro, ou SC não precisa de obras.”
Segundo ela, o Ministério dos Transportes propôs ao governo do Estado que apresentasse projetos para as rodovias que ele quisesse, federais ou estaduais, para fazer a devolução do dinheiro.
“Eu imaginava que o governo fosse apresentar uma semana depois os projetos e quisesse inclusive negociar mais, pleitear mais recursos, mas o governo respondeu que quer escolher onde investir.”
Luciane ressaltou que dinheiro da infraestrutura não pode ir para o caixa geral, que isto é desvio. “Lamentável a falta de política civilizada, maior. O governador não representa os catarinenses, representa uma parte dos catarinenses que querem o tempo inteiro incendiar nas redes sociais. Santa Catarina só perde.”
Luciane acrescentou que no governo Lula o orçamento para rodovias federais aumentou de cerca de R$ 260 milhões para mais de R$ 1 bilhão em SC.
Na mesma área
O deputado Fabiano ressaltou que até o “pai do badanha” que não entende de política e de dinheiro público sabe que o Ministério dos Transportes não pode colocar dinheiro no caixa geral.
“Ele tem que ser aplicado na mesma área, se é dinheiro de obras, tem que ser aplicado em obras. Teve que o presidente da Alesc, quando governador interino, ir lá dizer ao ministro que não vai dar negócio, que não vai ter como fazer.”
Fabiano disse que com as condições que as rodovias estão em SC, boa parte cheias de buracos, que todo o dia têm fotos e vídeos nas redes sociais dos deputados e da sociedade com pneus estourados, acidentes, falta de sinalização, mato tomando conta, não dá para entender como o governo despreza R$ 465 milhões.
“Temos que cobrar postura do governo do Estado para que seja uma instituição séria e responsável e agarre o dinheiro com as duas mãos, este é o princípio da lógica que precisamos, é ver as obras acontecerem, é ver o recurso chegar.”
Fabiano destacou ainda que aquilo que os deputados mais ouvem é que SC manda recursos para Brasília e o dinheiro não volta na mesma proporção. “Mas aí o que acontece quando o governo federal oferece dinheiro para Santa Catarina, o governador do Estado despreza. Assim não dá, mas vamos seguir.”
Juliana Wilke
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