Audiência revela passivo ambiental das minas de carvão desativadas
FOTO: Rodolfo Espínola/Agência AL
Audiência pública promovida pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa para discutir os efeitos poluidores das minas de carvão desativadas na região Sul do Estado, segunda-feira última, em Urussanga, revelou que o passivo ambiental a ser recuperado nas áreas degradadas é o maior do país, segundo dados do Ministério Público Federal. A maior área atingida é a comunidade do Rio Carvão, em Urussanga, mas toda a bacia hidrográfica dos rios Tubarão, Araranguá e Urussanga também foi impactada numa extensão de mais de 1,2 mil quilômetros, além da contaminação atingir também as águas subterrâneas da região.
O procurador do Ministério Público Federal (MPF) em Criciúma Demerval Ribeiro Viana Filho afirmou que desde o ano 2000 há decisão da Justiça Federal que obriga as empresas carboníferas a recuperarem mais de 26,5 mil hectares de áreas superficiais e de subsolo. Só em bocas de mina, são mais de 800 em toda a região Sul catarinense. Mas para ele, há uma morosidade excessiva na recuperação desse passivo ambiental.
O deputado Ivan Naatz (PV), presidente da Comissão do Meio Ambiente da Alesc e proponente da audiência pública, classificou como grave o problema de contaminação ambiental para o futuro das famílias e das atividades agrícolas na região e anunciou que como resultado dos debates, a Comissão fará uma reunião com MPF, sindicato das indústrias de carvão, Prefeitura de Urussanga, Câmara de Vereadores, Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina e Ministério de Minas e Energia para tratar da agilização do processo de recuperação das áreas degradadas. “O objetivo é criar um canal de diálogo entre comunidade, empresas e a justiça que possibilite o resgate deste passivo ambiental, sem que haja o comprometimento econômico do setor e isso passa também pela modernização técnica da atividade carbonífera”, resume.
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