Ressocialização de detentos é motivo de orgulho
A noite de 3 de dezembro de 2019 jamais será esquecida por Nilso Berlanda. Em uma solenidade em Brasília, recebeu o Prêmio Inovare, que reconheceu a relevância do projeto de ressocialização de detentos da Penitenciária Regional de Curitibanos, projeto criado pelo parlamentar. No Plenário da Assembleia Legislativa, no dia seguinte em Florianópolis, ao ser cumprimentado pelos demais parlamentares, disse que a conquista não era dele: “é de Santa Catarina”.
O projeto que Berlanda levou para dentro da unidade prisional é uma indústria de móveis. “É a parte das minhas empresas voltada para o social”, explicou. “Geramos emprego para 400 detentos. Eles saem da cela pela manhã, trabalham o dia todo e ganham um salário mínimo a cada mês”, citou.
Para Berlanda, tirar o detento da ociosidade e lhe ensinar uma profissão é o melhor método para ressocializar quem cometeu um crime e cumpre a sentença aplicada pela Justiça. “Isso faz essa pessoa reintegrar a comunidade. O cara tá isolado, cometeu um crime e, a partir dali, ele é discriminado. Ele vai para o presídio, mas pode trabalhar e pode fazer sua recuperação social”, acrescentou. Os participantes também têm remissão de parte da pena que cumprem por dia trabalhado. Parte dos vencimentos volta para o Estado e é aplicada na manutenção da unidade prisional.
Quando os apenados concluem o período de reclusão e voltam a ter o direito à liberdade existe outra possibilidade positiva pela frente. “Se estiver apto, além de ter recebido salário e aprendido uma profissão, ele pode trabalhar em uma das indústrias do grupo aqui fora”, contou.
Comentando sobre a premiação em Brasília, entregue a ele pelo então ministro Carlos Ayres Britto, diante dos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar não esconde a satisfação. “É motivo de orgulho. Isso não tem dinheiro que pague”, afirmou.