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Publicado em 19/11/2021

Quem não tem estrela, tem que ter estrada

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A vida política lhe ensinou a importância da perseverança e de aprender a recomeçar. Ismael dos Santos já disputou 12 eleições, nas quais teve seis vitórias, cinco derrotas e um “empate”. Ele chama de empate o episódio histórico que foi manchete na imprensa nacional em 2002, quando foi o candidato mais votado no estado, com 59.563 votos, mas não obteve a vaga, por falta de legenda. Essa foi a segunda tentativa dele a uma vaga na Assembleia Legislativa, à época pelo PSB. “Estava num partido pequeno e, por uma interpretação do Superior Tribunal Eleitoral, não poderia estar coligado com outro partido. Ganhei, mas não levei.”

A trajetória política de Ismael começou em 1988 quando se lançou candidato a vereador, inicialmente, mas três meses antes das eleições aceitou convite para ser candidato a prefeito de Blumenau. “Sem experiência, sem estrutura e com menos de 90 dias de campanha, o resultado se mostrou pífio: não cheguei a 500 votos.” Quatro anos depois a história foi outra, ele mergulhou na leitura de biografias de políticos vencedores, utilizou estratégias de marketing e recomeçou a trajetória. “Tornei-me o segundo vereador mais votado naquele pleito, com quase 2 mil votos.”

Dois anos depois, ele conta que cometeu um novo erro de estratégia político-eleitoral, com uma candidatura precoce à Assembleia Legislativa. “O resultado, desanimador: pouco mais de 10 mil votos. Entretanto, no pleito seguinte à Câmara de Vereadores de Blumenau, fiquei novamente entre os três mais votados.” Nessa época pertencia aos quadros do PSDB.

O envolvimento de Ismael com as demandas sociais do município levaram o então prefeito de Blumenau, Décio Lima (PT), o convidá-lo para assumir a Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente. “Mesmo contrariando a decisão do partido, aceitei o desafio. Como a legislação eleitoral permitia, durante os dois anos que comandei a secretaria fiquei sem vínculos partidários. Valeu a pena apostar no social. Conseguimos implantar mais de 20 programas, atendendo diretamente 5 mil crianças em Blumenau. Faria tudo de novo. E a população aprovou, me reconduzindo pela terceira vez ao legislativo municipal, desta vez como o campeão de votos daquela eleição, com 3.324 eleitores.”

Após 12 anos na câmara de vereadores, Ismael relata que se sentia cansado. “Afinal, além de legislar, fiscalizar, discursar e coordenar mutirões de pavimentação de ruas, eu chegava a atender 20 pessoas por dia no gabinete. Sabia que era hora de parar. Dar oportunidade a uma nova geração de vereadores. Entretanto, como não queria abandonar a política, restou-me uma única alternativa, ser candidato a prefeito, mesmo sabendo da distante possibilidade de vitória. Foi nesta época que adotei o meu slogan preferido: quem não tem estrela, tem que ter estrada.”

Derrotado eleitoralmente e desempregado, Ismael pensou em abandonar a política, podendo optar pelo magistério ou por uma carreira eclesiástica. Foi morar por quatro meses nos Estados Unidos, onde ajudava em seminários religiosos. “Mas a voz interior não cessava de sussurrar: a perseverança é a rainha das virtudes.” Foi quando recebeu um convite do então senador Raimundo Colombo para assessorá-lo no Vale do Itajaí. “Topei a ideia e durante dois anos atuei como assessor parlamentar ligado ao Senado.”

Depois de ter sido o mais votado e não ter sido eleito para a Assembleia Legislativa, em 2002, na eleição seguinte Ismael, que já estava no PSD, diz que foi vencido facilmente pela estratégia dos adversários que espalharam aos quatro cantos que ele já estava eleito, a velha história do “já ganhou”. “Conquistei apenas 25.938 votos, tornando-me o sétimo suplente da coligação. Desta vez não resisti às lágrimas. Foi a derrota eleitoral que mais doeu. Mesmo assim, dois anos depois assumiria pela primeira vez o cargo de deputado estadual na condição de suplente e lá permaneci por 18 meses.”

Já nas eleições de 2010 o resultado foi muito acima da expectativa: 55.644 eleitores catarinenses fizeram dele o sétimo candidato mais votado para a Assembleia Legislativa, com votos em 286 dos 293 municípios de Santa Catarina. Em 2014, um novo sucesso eleitoral: 66.818 votos na reeleição para deputado estadual, conquistando o terceiro lugar entre os 40 eleitos. Em 2018, reeleito, recebeu 54.165 votos, conquistando o quarto lugar. Na próxima eleição, em 2022, ele conta que ainda não decidiu se concorrerá à reeleição ou se disputará uma das 16 vagas na Câmara dos Deputados. “Naturalmente, o meu caminho passa por Brasília, só não sei ainda se agora ou numa próxima.”

Gabinete regional
Uma das características de atuação política do deputado Ismael dos Santos é ouvir as demandas da população. O slogan “Voz e Ação”, adotado ainda no início da carreira, segue sendo utilizado em seus jornais e programa de TV. O deputado prioriza as segundas-feiras para o atendimento no gabinete regional em Blumenau e, segundo ele, não precisa marcar horário. “É uma satisfação ver uma demanda ser atendida, ver um projeto de lei aprovado e sancionado. Político tem que ter vocação, se não gostar de gente, de ouvir as pessoas, não vai durar na política. Enquanto sentir paz no coração irei tocando.”

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