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Publicado em 11/02/2022

Eu não sei ficar parada

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Deputada Ada de Luca tem dia a dia agitado e reserva as segundas-feiras para ser

No retorno a Criciúma, após dias de intensas atividades na Assembleia Legislativa, onde participa ativamente das sessões plenárias, das comissões encarregadas de analisar projetos e das reuniões com lideranças políticas, Ada revela que sempre busca reservar um tempo para ser uma pessoa “normal”, como ela conta.  “Eu sempre chego em casa no domingo à noite, ou no sábado à noite. A segunda-feira eu tiro para pagar conta, para olhar a casa, para fazer mercado. Enfim, esqueço a deputada, sou simplesmente a Ada.”

Ela afirma, entretanto, que mesmo procurando preservar a vida pessoal durante o período em que permanece na região, não consegue deixar em segundo plano as solicitações de lideranças políticas e comunitárias para tratar das demandas locais, o que nem sempre é do agrado da família. “Às vezes eu chego em casa e eles estão bravos, porque eu não paro em casa”, conta sorrindo.

A deputada confidencia que um dos momentos mais angustiantes que experimentou foi quando teve que ser hospitalizada em função da Covid-19 e passou 12 dias afastada das atividades que normalmente desenvolve. “Eu estava ali parada, sabendo tudo o que estava acontecendo, mas eu não podia fazer nada. Pelo amor de Deus! A sorte é que me deixaram com telefone, então fiquei direto conversando com as pessoas, porque eu não sei ficar parada e não sei deixar de falar de política.”

Para ela, é justamente essa característica de buscar manter o elo com a população, de forma direta e objetiva, que a capacita a se manter em evidência no meio político. “A única coisa que eu sou é deputada, empregada do povo. E já estou no quarto mandato, então alguma coisa de bom eu sempre fiz, e uma delas eu sei que é esse contato direto com a nossa gente. A transparência do meu mandato, de falar a verdade sempre, não enrolar, não dourar a pílula.”

Tem que levantar, dar palpite
Em seu 16º ano como deputada estadual, Ada de Luca afirma que cada vez mais vem orientando a atuação parlamentar para a defesa dos direitos das mulheres e a busca de maior participação feminina na política.

No ano de 2019, atuou como coordenadora da Bancada Feminina no Legislativo estadual, ocasião em que se empenhou na aprovação de projetos voltados ao combate à violência contra esse segmento da população. Em 2021 ela assumiu a gestão da Procuradoria Especial da Mulher na Alesc.

A atuação neste campo, entretanto, não é nova para ela. Além de ser precursora no meio político brasileiro, figurando como uma das primeiras mulheres filiadas ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Ada é uma fundadoras da ala feminina do partido no estado. “A mulher politizada é a mulher valorizada. Então eu nunca deixo esse lado, a bandeira da mulher, para trás”, argumenta.

Ada relata que ao longo dos anos surgiram muitos avanços, sobretudo na legislação eleitoral, como a instituição de cotas para candidaturas e financiamentos destinados às mulheres, mas isso não tem sido suficiente para solidificar na sociedade a ideia da necessidade de uma representação por gênero mais equilibrada. Para tanto, ela defende a promoção de ações que tornem mais frequentes a presença das mulheres nos espaços de poder. “Tem que dar vitrine para as mulheres, tem que colocá-las nas secretarias, tem que colocá-las em cargos que elas mostrem a cara. Não é tirar de casa, da cozinha, daqui, de acolá, e de repente lançá-las candidatas.” A deputada elogia o trabalho que vem sendo feito pelo Tribunal Superior Eleitoral para garantir a ampliação da participação feminina.

Ela ensina que o meio político pode ser muito competitivo e impiedoso com quem está iniciando e que eventuais candidaturas femininas podem não ter sucesso se não houver uma boa dose de iniciativa por parte das próprias postulantes. “Eu sempre digo: não vá pensar que [a candidatura] vai cair no seu colo. Você tem que participar. Participar das reuniões da comunidade, das reuniões partidárias, das reuniões da câmara municipal. Tem que levantar, dar palpite. E se lhe mandarem calar a boca, diga que ainda vai nascer a pessoa que vai fazer isso. A mulher tem que saber dar sua opinião, saber se impor também, entende?”

Apesar das dificuldades, Ada afirma que uma das suas maiores alegrias é saber que as orientações que repassa e o exemplo da própria trajetória de vida, têm estimulado o surgimento de mais candidaturas femininas pelo estado. “Aonde quer que eu vá, sempre ouço: sou vereadora por causa de ti, me espelhei em ti. Isso me dá uma satisfação e aí eu digo para mim mesma: bah, valeu a pena! Eu acho que sim!”

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