Desafio é ampliado com gestão à frente da Agricultura
No início do terceiro ano do primeiro mandato como titular do Parlamento catarinense, em 2021, o deputado Altair Silva (PP) viu sua história mudar novamente. A trajetória que iniciou em Major Gercino, passou por São João Batista, Araquari, Blumenau e se consolidou em Chapecó foi ampliada mais uma vez. E, de certa forma, o convite para assumir a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural fechou o círculo surgido com a inspiração herdada dos seus pais para fazer da agricultura muito mais do que uma profissão, mas um propósito de vida.
Na opinião dele, o período de um ano e dois meses à frente da pasta foi de “trabalho muito intenso” principalmente pelo enfrentamento da Covid-19, que ainda preocupava muito, e pelas ações de recuperação dos prejuízos causados durante o auge da pandemia. “Assumimos desafios importantíssimos na agricultura, como a implantação o programa Cereais de Inverno, pois Santa Catarina é um grande importador de milho de outros estados e países e precisa reduzir esse déficit”, destacou. A iniciativa visa produzir alternativas além do milho para a produção e fabricação de ração. Para o agora ex-secretário, a medida teve sucesso e em 2022 recebeu mais recursos, aumentando seu potencial.
“Também tivemos a oportunidade de dobrar o programa Terra Boa, ampliando a oferta de calcário, de milho, kit forrageira, kit solo saudável, kit apicultura e abelhas-rainha”, contou. Segundo o parlamentar, os desafios constantes exigiram um “trabalho permanente”, como ocorreu no período de longa estiagem enfrentada por Santa Catarina. “Para isso, criamos o programa Pró Solo e Água, que visa preservar as fontes, recuperar as que foram degradadas e, principalmente, reservar a água nas propriedades rurais. Foi construído em conjunto entre a Bancada do Oeste, o governador Carlos Moisés e a Secretaria de Agricultura, que alavancou o atendimento com a Epagri e a Cidasc, que tem feito um trabalho excelente de defesa sanitária e vegetal e animal”, informou.
A conquista do mercado canadense, um dos mais exigentes do mundo e que passou a importar carnes produzidas no Estado graças ao status sanitário de Santa Catarina, e a expansão do Ceasa com unidades que estavam paralisadas, como a de Joinville, também são motivo de orgulho.
Como um deputado que tem uma origem ligada à agricultura, Altair diz que não poderia ter outra bandeira no Parlamento que não fosse a defesa do agronegócio, da agricultura, do produtor rural, do cooperativismo e do modelo de integração. “É a mola propulsora da economia de Santa Catarina. 73% de tudo que exportamos vêm da produção das propriedades rurais que são beneficiadas nas agroindústrias e cooperativas. E esse somatório de esforços corresponde a mais de 35% do Produto Interno Bruto”, disse.
Internet rural muda realidade de agricultores catarinenses
Darciso Wagner, 64 anos, segue todos os dias a mesma rotina profissional de outros 501,8 mil catarinenses que, segundo estatística da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento, trabalham no setor agro. A diferença entre ele – que planta grãos, uvas e produz leite – e a maioria dos demais produtores familiares do Estado é o uso de uma tecnologia que há décadas é comum em áreas urbanas, mas ainda raramente usada no setor rural. A internet de fibra óptica passou a ser uma das ferramentas mais importantes na propriedade de 28 hectares localizada no interior de Pinhalzinho.
O município é, junto com Vargeão, pioneiro na implementação da novidade, que foi iniciada quando Altair Silva era secretário da Agricultura. Primeiro sua atuação ocorreu na sensibilização dos colegas parlamentares sobre a relevância da proposta criada pelo Governo do Estado e, depois, na função de gestor da Secretaria. Ao encontrar Darciso Wagner na fria manhã do último dia 30 de junho, o deputado viu na prática o resultado do trabalho cuja eficiência ele considera ser fruto da união da Bancada do Oeste e dos demais membros do Parlamento com o propósito apresentado pelo Poder Executivo.
Segundo Wagner, a internet por fibra óptica “melhorou tudo”. Desde a relação com as pessoas de fora da propriedade em geral e com os clientes. “Tudo é mais ágil para fazer compras e para vender a produção. Na pandemia tínhamos muito medo do contato com as pessoas, de sermos contaminados com a Covid-19. Mas a internet foi muito importante para continuarmos trabalhando sem contato presencial”, comentou.
O acesso à rede mundial de computadores no campo só existia por sinal via rádio, mas destaca o agricultor, “era muito ruim”.
O deputado Altair aponta outras vantagens para os produtores que adotarem o sistema. “O serviço facilita coisas básicas, mas muito importantes, como a pesquisa de preços dos insumos utilizados na propriedade e a emissão de nota fiscal eletrônica”, por exemplo. Para ele, com a internet, o centro do mundo é onde a pessoa está, pois ela passa a estar conectado com o mundo. “É importante que os administradores municipais abracem a ideia para colocar em prática em todo o Estado”, concluiu.