Conciliar família, política e empresa é uma correria
Família em Curitibanos. Atividades parlamentares de segunda a sábado em Florianópolis, no Planalto catarinense, no Meio Oeste e até em regiões mais distantes. Empresa consolidada com 197 lojas e 2,5 mil funcionários em todo o estado de Santa Catarina. Conciliar tudo isso pode parecer algo muito complicado de se colocar em prática de modo simultâneo. Mas para o cidadão Nilso Berlanda não há segredo sobre como atender todas as características de três mundos tão diferentes e desafiadores.
“Como faz para conciliar? Eu digo que é trabalhando, acordando cedo, sempre conectado com os problemas da empresa e principalmente com as ações do parlamentar”, explica. E a vida de marido, pai e avô? “Tiro um dia da semana para ficar com a família, com meus netos Julia e Lucas”, responde. No sítio batizado com o nome da cidade onde nasceu, Nova Itaberaba, Berlanda tem os seus momentos de lazer. “É onde recarrego a bateria, com a família e os amigos. Faço um chimarrão, asso carne em fogo de chão, pesco uma tilápia para assar no final da tarde. É onde passo momentos que garantem que, na segunda-feira, eu continue fazendo o que preciso fazer. Muitas vezes eu peço desculpas para a família pela ausência durante a semana e muitas vezes até nos finais de semana. Eles entendem que é importante ajudar as pessoas por meio da política. Ajudar na segurança, na educação, na saúde, na infraestrutura e, principalmente, fazer com que essa região tenha o reconhecimento do governo de que também uma parte fundamental de Santa Catarina”, comenta.
Vinho em cartão postal
No cento da propriedade, um lago tranquilo forma um cenário de cartão postal nos belíssimos entardeceres de Curitibanos. É de lá que as tilápias para os finais de tarde são pescadas. Ao lado está uma das áreas preferidas de Berlanda. Em dois hectares estão 4,5 mil pés de uvas Niágara, Sauvignon Blanc e Merlot, que todo ano proporcionam uma das maiores alegrias dele.
“Produzo vinho que engarrafo e compartilho com a família e meus amigos”, diz ao apresentar os rótulos exclusivos para as garrafas. Na logomarca o nome “Casal Berlanda” e uma ilustração estilizada celebrando a união dele com sua amada Leoni. Dos 12 mil litros que o parreiral pode oferecer, também são produzidos suco de uva e vinagre. De frente para onde a colheita é feita está uma sala que guarda todos os equipamentos necessários para a produção, e Berlanda faz questão de explicar seu funcionamento. A seriedade da explanação parece ter o mesmo tom usado por um empresário que expõe em uma reunião de diretoria os detalhes para a fórmula de sucesso de um novo empreendimento. Mas o brilho no olhar é o mesmo que se vê no rosto das crianças que, nas manhãs de 25 de dezembro, contam para os amigos as qualidades e vantagens do presente que ganharam no Natal.
Liderar é dar autonomia
Se em casa há a compreensão da família, nos setores empresarial e político não se pode contar com o mesmo tipo de aceitação. Berlanda calcula que sua carga horária de trabalho tenha, em média, 14 horas por dia. E para ter as duas áreas funcionando bem ele aponta uma solução. “Quem tem lideranças dentro de uma empresa e nos gabinetes regional e na Alesc acaba sendo um líder. E líder dá autonomia para o seu liderado, para as pessoas que comandam os departamentos. A liberdade para que a equipe que trabalha contigo faça com que tudo aconteça. E você cobra resultados. É dessa forma que eu consigo”, ensina.
Na segunda-feira, às 6 horas da manhã, ele está na ativa, cuidando de assuntos da empresa. Diariamente, a partir das 8 horas, o empresário Berlanda tem “quase 200 estabelecimentos comerciais de portas abertas”. Mas, de acordo com ele, é algo que sozinho não conseguiria colocar em prática. “Mesmo que fosse só empresário. Você tem que contar com sua equipe”, garante. Logo depois, às 9 horas, é a vez de estar no gabinete regional, na Avenida Salomão Carneiro de Almeida, no ponto central da principal via de Curitibanos, para tratar das demandas trazidas pela população local e das cidades vizinhas.
Nas manhãs das terças-feiras, também logo cedo, o deputado pega o carro ou o avião, dependendo das condições climáticas ou do início das atividades em Florianópolis, e vai para a capital, onde cumpre suas obrigações na Assembleia Legislativa. “Trabalho lá terça, quarta e na quinta até o meio-dia. O trabalho lá é puxado entre as comissões e o plenário, além de atender muita gente no nosso gabinete. Só depois disso retorno para a base”, relata.
E sobre a função como político ele diz não ter dúvidas. “Para deputado não basta criar projetos. Ele precisa olhar as leis e, muitas vezes, simplificá-las. Para possibilitar ao agricultor, à pessoa da indústria, do varejo, ao cidadão, ter uma vida melhor e mais prática”, afirma. Na visão de Berlanda, independentemente de partido político, o representante do governo no interior do estado é o deputado da região, pois as demandas dos pequenos, médios e grandes municípios passam pelos parlamentares, que convivem com o público, recebem as pessoas, escutam a população e levam os problemas para que se encontre uma solução, quer seja no Parlamento, quer seja no Centro Administrativo estadual. Indagado se as ações entre os mundos que vive realmente não provocam cansaço, o cidadão, empresário e político responde sem hesitar: “A vida é assim, correria”.