Artigos sobre a deputada destacam a luta contra a invisibilidade dos negros
Doutora em literatura e chefe de Pesquisa e Produção de Conhecimento da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, braço pedagógico do Parlamento catarinense, Laura Josani Andrade Correa publicou, em 2021 e em fevereiro de 2022, dois artigos em parcerias com outros profissionais, que foram destaques da revista científica “Sinergias”, da Universidade do Porto, em Portugal, e na Revista África e Africanidades, do Rio de Janeiro, abordando a importância da ex-deputada Antonieta de Barros e o Programa Antonieta de Barros (PAB), que promove transformação social por meio da educação e do trabalho na Assembleia Legislativa (Alesc).
O primeiro artigo, publicado em 2021, escrito pelos servidores do Parlamento catarinense Laura Josani Andrade Correa, Jussie Sedrez Chaves e Aline Covolo Ravara aborda o “Estágio, inclusão e transformação social como política antirracista”, que destaca os primeiros 15 anos do PAB. Criada em 2004, a iniciativa surgiu quando movimentos sociais instigaram a Alesc a criar uma política pública voltada aos jovens negros. Já o segundo, de fevereiro deste ano, foi escrito por Laura, Marilú Lima de Oliveira e Mariana Bernardes Teodosio, com o título “Antonieta de Barros: Memória, Relações Étnico-Raciais e Cultura Afro-brasileira no Parlamento Catarinense”.
Ela conta que conheceu a história da Antonieta quando soube do PAB. “É um programa voltado a ajudar jovens em vulnerabilidade social e eu como mulher, branca, venho como aliada a incentivar a preservação da história dela e promover que os jovens afro venham conhecer a sua história. Ela é uma referência e pode despertar nestas crianças e jovens afros que eles podem participar da política catarinense e do país.” Laura defende que a maior contribuição de Antonieta de Barros foi à própria presença dela no Parlamento e o apoio à educação.
Para a doutora em literatura, Antonieta de Barros traz a representatividade racial ao Parlamento, lutando pela igualdade, combatendo a diferença de gênero e a desigualdade social. “A Antonieta de Barros, mesmo isso sendo um clichê, representa uma mudança, faz uma diferença muito significativo na história catarinense, é filha de uma lavadeira, pobre e negra ocupando o seu espaço no Parlamento e isso é de extrema relevância.”
Laura enfatiza a importância do principal auditório da Alesc, onde se discutem assuntos importantes para o estado, ter o nome de Antonieta de Barros. Para ela, representa algo muito significativo, um símbolo do reconhecimento da importância da ex-deputada. “Esse reconhecimento público diminui a invisibilidade dos negros e valoriza o que ela sempre defendeu, que por meio da educação podemos chegar onde for necessário.”