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08/07/2016 - 21h44min

Seminário propõe capacitação para educação inclusiva na rede regular de ensino

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O neuropediatra Clay Brites foi um dos palestrantes do seminário, realizado nesta sexta (8), em Xanxerê
FOTO: Solon Soares/Agência AL

Com a mensagem “Todos somos diferentes”, a apresentação artística de alunos da escola Dom Oscar Anulfo Romeiro emocionou os cerca de 900 profissionais da área da educação durante a abertura do Seminário Políticas Públicas e Práticas Inclusiva “Um Novo Olhar”, realizado nesta sexta-feira (8) em Xanxerê, no Oeste catarinense. De iniciativa da Assembleia Legislativa, por intermédio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e em parceria com a Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira, o evento proporcionou uma reflexão sobre os desafios da inclusão escolar e os processos envolvidos no ensino e aprendizagem dos educandos com deficiência, na rede regular de ensino. Durante todo o dia, os participantes acompanharam palestras sobre o assunto.

Considerado um desafio constante para pais e educadores, o tema, segundo a assessora da comissão da Alesc, Janice Krasniak, precisa cada vez mais de atenção de todos para se vencer a exclusão das pessoas com deficiência. Ao salientar que o Parlamento, por meio da comissão, vem contribuindo para esse debate, Janice ressaltou que a capacitação proposta durante o seminário proporciona uma troca de conhecimentos referentes à inclusão e à garantia dos direitos da pessoa com deficiência. “Com uma presença marcante a cada evento, observamos que as pessoas que trabalham diretamente com este público sentem a necessidade de adquirir cada vez mais informação sobre o assunto”, pontuou. 

A deputada Luciane Carminatti (PT), que participou do seminário, destacou a relevância do encontro. Por acreditar que a inclusão ainda estar muito no plano das ideias e das utopias, a parlamentar entende que efetivamente a sociedade ainda não convive harmoniosamente com a inclusão. “O simples fato de precisarmos reforçar o debate a cada instante revela, de certa forma, que a sociedade ainda tem receios em aceitar o diferente. A capacitação não deve ser apenas voltada aos educadores, mas para a sociedade em geral, para que haja uma compreensão de forma democrática”, destacou.

O gerente regional de Educação de Xanxerê, Davi Vartha, afirmou que a iniciativa é uma das ações mais eficientes para vencer o desafio da inclusão da pessoa com deficiência. Ele avalia que a inclusão não é somente um desafio dos professores, mas de toda a rede de ensino. “A educação inclusiva acolhe a todas as pessoas. Uma escola inclusiva  precisa ter um bom projeto pedagógico, que começa pela reflexão. A inclusão está muito mais além do que ter rampas e banheiros adaptados”, observou.  

Palestras
Ao longo do dia, a atividade de capacitação dos educadores contou com duas palestras. No período da manhã, o neuropediatra Clay Brites abordou o tema “Avaliação, diagnostico e intervenção junto a pessoa com deficiência”. No período da tarde, foi a vez do terapeuta ocupacional Régis Nepomuceno Peixoto falar sobre “Praticas pedagógicas e inclusão”.

Brites mostrou aos participantes que a inclusão, além de fundamental, é essencial para que haja o respeito da diversidade, que sempre existiu entre as crianças, adolescentes e adultos. “Em qualquer lugar do mundo vai existir pessoas diferentes, umas com mais dificuldades em algumas áreas e outras em nenhumas. Esse reconhecimento permite que possamos avançar no tratamento adequado para cada caso, fortalecendo a inclusão”, frisou. 

O especialista alerta que, seja qual for o diagnóstico, o transtorno da criança é preciso ser colocado em prática. Ele destaca que este processo social não é difícil, basta mudar a percepção de outrora, aquela voltada só para as pessoas que não tinham dificuldades. “A escola brasileira até 30 anos atrás era para quem não tinha dificuldade. Aqueles com algum tipo de dificuldade acabavam ficando de fora. Com tantos avanços na sociedade não se pode permitir que nos dias de hoje aconteça isso”, afirma.

O neuropediatra destacou que desde 2007, com aprovação de leis voltadas ao tema, ocorreu uma melhora, porém ainda falta criar situações para a real aplicação dessa legislação. “Precisamos de protocolos que respeitem as leis, pesquisas científicas e especialmente para as experiências já implementadas”, afirmou.

Já o terapeuta ocupacional Régis Peixoto ressaltou que a capacitação do professor é fundamental para que o desenvolvimento do aluno com deficiência. “Não existe uma receita para trabalho com o aluno especial, mas, sim, a compreensão de que este precisa ser visto como único, afinal todos são diferentes e cada caso é um caso. A educação inclusiva segue as premissas básicas do que já é a educação, ou seja, a educação diz que você precisa valorizar cada aluno como único, sendo assim, com esse tratamento é possível voltar um olhar mais atento para o aluno especial de forma que este vá usufruir do aprendizado com mais eficiência”, ponderou.        

O seminário de Xanxerê foi encerrado com a apresentação da peça teatral “Pintura Viva”, encenada por alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Xaxim.

Tatiani Magalhães
Sala de Imprensa

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