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10/03/2021 - 11h32min

Representante do Conass defende restrição de atividades para conter Covid

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Reunião da Comissão de Saúde contou com participação de assessor do Conass.
FOTO: Solon Soares/Agência AL

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa promoveu, na manhã desta quarta-feira (10), reunião por videoconferência com o assessor do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Leonardo Moura Vilela, para debater o enfrentamento da pandemia e a busca de vacina para imunização da população brasileira. Durante a reunião, o representante do Conass defendeu a ampliação das medidas de restrições para conter o aumento das infecções por Covid-19.

Leonardo Vilela fez uma explanação sobre a situação da pandemia no país, que classificou como gravíssima. Ele disse que o Ministério da Saúde não teve um planejamento eficaz para o enfrentamento da pandemia e que não houve interesse na aquisição de vacinas, por isso outros países do mundo fecharam acordos antes e garantiram suas doses. “Além disso, o país não investiu na abertura de canais diplomáticos com a China e a Índia, que são hoje não apenas os grandes produtores de vacina, mas também os principais fornecedores de produtos farmacêuticos.”

Nos últimos dias, aumentou 273% a espera por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo Vilela. À limitação de estrutura para se ampliar o número de leitos clínicos e de UTI se soma a falta de profissionais, como médicos e enfermeiros intensivistas. “E os profissionais existentes estão exaustos”, enfatizou. “Nenhum estado hoje tem vaga de UTI, as filas aumentam cada vez mais. Já começam também a faltar medicamentos para intubação, anestésicos e outros insumos, como oxigênio. Isso é extremamente grave. O Conass tem acompanhado isso junto ao Ministério da Saúde tentando prevenir a falta de medicamentos.”

Questionado pelos deputados sobre quais seriam as medidas mais importantes, que dariam resultado efetivo na redução da circulação do vírus, Vilela respondeu que é preciso restringir a mobilização de pessoas, com fechamento das atividades que não sejam essenciais. Ele classificou como essenciais saúde, alimentação, segurança e limpeza pública. Também defendeu a concessão de auxílio-emergencial para os desempregados e os profissionais autônomos e a concessão de isenção ou redução de impostos para microempresários. “Nesse aspecto, o Legislativo tem papel fundamental”, destacou. Acrescentou, ainda, como medida fundamental, o uso de máscara, especialmente a cirúrgica ou a N95, que oferece maior proteção.

Questionamentos
A reunião, conduzida pelo presidente do colegiado, deputado Neodi Saretta (PT), contou com a participação dos deputados Dr. Vicente Caropreso (PSDB), Ada de Luca (MDB), Valdir Cobalchini (MDB), Jair Miotto (PSC) e José Milton Scheffer (PP). Os parlamentares questionaram o representante do Conass sobre a evolução do processo de vacinação no Brasil e a possibilidade de negociação de vacinas diretamente pelos estados.

Vilela concordou que a vacinação avança lentamente. “Os laboratórios estão atrasando a entrega no mundo inteiro porque a demanda é imensa, com 6 bilhões de habitantes na terra para vacinar.” Das 20 milhões de doses distribuídas no Brasil até agora, cerca de 90% foram provenientes do Butantan. Em torno de 9 milhões de pessoas receberam a primeira dose no país, o que configura cerca de 5% da população, índice muito pequeno para reduzir a disseminação do vírus, conforme o convidado da Comissão de Saúde. “Mas entre os idosos que receberam vacina há mais de 30 dias já houve redução de óbitos. Isso mostra que a vacina é muito eficaz.”

A expectativa para o mês de março era que 45 milhões de doses fossem distribuídas, mas com os atrasos na Fiocruz, o Ministério da Saúde reavaliou que 25 milhões de doses chegarão aos estados até o final do mês, conforme Vilela. Em perspectiva otimista, até o final de junho o país terá distribuído 100 milhões de doses, o que garantiria uma cobertura de 25% da população. O assessor do Conass analisou ainda que o país não alcançará uma ampla imunização (80%) antes de 2022.

O deputado Dr. Vicente argumentou que o governo federal quer continuar a manter a autoridade sobre as aquisições de vacina. “Mais de 250 prefeitos e a Fecam estão se esforçando para adquirir a vacina. O Ministério da Saúde quer evitar a concretização desse tipo de compra. Enquanto isso, a doença está levando vidas e causando muito sofrimento.”

O deputado Cobalchini opinou que a lentidão na aquisição de vacinas “parece deliberada, por má vontade”. O deputado Jair Miotto acrescentou que é preciso estruturar o atendimento, “mas o que está dando resultado mesmo é a vacina”.

Sequelas
Questionado pela deputada Ada sobre o planejamento de ações para o tratamento dos pacientes com sequelas de Covid, Leonardo Vilela respondeu que “neste momento está todo mundo preocupado com os pacientes graves, mas num curto prazo precisaremos pensar nos pacientes que sofreram sequelas”. Entre as consequências da infecção por Covid-19, citou o comprometimento dos pulmões, tromboembolismo, insuficiência renal, déficit de audição, paladar, problemas cognitivos, miocardite residual, sequelas hepáticas e intestinais. “A maioria das pessoas está ficando com patologias decorrentes da infecção por Covid-19”. O assessor do Conass alertou que uso de medicações como ivermectina e hidroxicloroquina não tem eficácia e ainda pode causar sequelas irreversíveis.

Ao final da reunião, Saretta elogiou a proatividade na atuação do Conass e destacou que o assunto continuará sendo tema de debates promovidos pela Comissão de Saúde.

Lisandrea Costa
Agência AL

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