Enchentes e terrenos de marinha dominam sessão da Assembleia
Os estragos causados pelos ventos e enchentes e a discussão, em Brasília, sobre a cobrança de taxas dos terrenos de marinha dominaram os debates na sessão desta terça-feira (13). “Estou impactado com o que vi em São Miguel do Oeste, em Lages e no Alto Vale, de Vitor Meireles até Rio do Sul, muita tristeza, mas também muito empolgado com a solidariedade, mutirões de reconstrução e de limpeza”, declarou Dirceu Dresch (PT), que destacou as perdas sofridas no interior. “Infelizmente as plantações foram colhidas pelos temporais.”
Dresch também ressaltou a participação da União na elevação das barragens de Ituporanga e Taió. “Os investimentos do governo da presidente Dilma, aumentando a altura das barragens, ajudaram a minimizar as enchentes na região”, informou Dresch, acrescentando que apresentará emenda ao projeto do Fundam 2 destinando recursos para recuperação dos municípios.
Ismael dos Santos (PSD) concordou com Dresch e enfatizou a importância das ações. “Teríamos mais 1,5 m de água no Rio Itajaí-Açu, foi 90% da quantidade de água de 1983”, informou Ismael.
Mauricio Eskudlark (PR) falou sobre o tornado que atingiu São Miguel do Oeste. “Causou muito estrago, mas muitas casas tinham seguro, parece que somente duas famílias que o município precisará ajudar”, observou Eskudlark, que exibiu no telão do plenário um vídeo com as imagens da destruição causada pelos ventos.
João Amin (PP) comparou os índices pluviométricos de 1983 com os de 2017. “Em Taió, em 1983 foram 574 mm; em 2017, 412 mm. Rio do Sul, 606 mm em 1983; 552 mm em 2017. Brusque, 537 mm em 1983; 421 em 2017. E em Blumenau, 542 mm em 1983 e 375 mm em 2017”, ponderou o representante de Florianópolis.
Por outro lado, Amin repercutiu encontro da Comissão Especial da Câmara dos Deputados que trata dos terrenos de marinha com o presidente Michel Temer. “Foi uma audiência importante ontem em Brasília, a comissão especial foi recebida pelo presidente Michel Temer, a audiência foi produtiva, saímos cientes de que vai haver uma modificação neste assunto. O presidente deu prazo de 30 dias para formatar uma modificação”, informou o deputado.
Serafim Venzon (PSDB) concordou com o colega. “Não queremos apenas isentar um grupo de proprietários que moram à beira-mar, mas questionar qual é o serviço que a União presta por conta deste tributo alto”, argumentou o representante de Brusque.
Arte do 'melhor que o certo'
Venzon surpreendeu ao defender que “a política é a arte de fazer melhor do que o certo”. O deputado referiu-se à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de absolver a dupla Dilma Rousseff e Michel Temer. “O voto do Gilmar Mendes foi político, por causa de 10 ou 15 telhas não se pode trocar todo o telhado”, comparou.
Conferência estadual da mulher
Ana Paula Lima (PT) repercutiu na tribuna a realização da 1ª Conferência da Saúde da Mulher, que acontece no auditório da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na Trindade, na Capital. Segundo a parlamentar, as conferencistas foram eleitas no municípios e discutem o papel do estado, o mundo do trabalho, a vulnerabilidadem políticas públicas e a participação social da mulher. “São mais de mil mulheres, muitas propostas de várias regiões”, contou Ana Paula, que participou da cerimônia de abertura da conferência.
Cesar Valduga (PCdoB), que também representou a Casa no evento, elogiou as conferencistas. “Um esforço muito importante na defesa no SUS [Sistema Único de Saúde]”, disparou Valduga, que questionou a agenda de austeridade do governo federal. “Qual a função das políticas públicas? Como retomar o crescimento sem investimento público? Por que não cobrar os grandes devedores? Todos queremos a retomada do crescimento, mas isso não se faz com política de austeridade”, insistiu Valduga.
Escola Julia Miranda de Souza
Ana Paula parabenizou a escola Julia Miranda de Souza, de Navegantes, pela passagem de 70 anos de atividades. “Minha sogra foi professora nessa escola, é mais antiga da cidade de Navegantes, uma bela escola, com cerca de 1,1 mil alunos e 170 profissionais”, descreveu a deputada, que cobrou a revisão da rede elétrica do prédio para instalar aparelhos de ar-condicionado, estocados há quatro anos. “Precisa de um transformador”, indicou.
Fábrica de tratores
Kennedy Nunes (PSD) exibiu na tribuna imagens de uma fábrica coreana de tratores instalada em Garuva, no norte do estado. Segundo o deputado, o investimento internacional foi viabilizado graças à para-diplomacia. “Trouxemos a empresa da Coreia, fabrica 2,3 mil tratores para abastecer o mercado africano e da América Latina. A partir dos relacionamentos vêm as empresas, o caminho é este”, indicou Kennedy.
Aprovação de contas
Dresch criticou o Tribunal de Contas do Estado (TCE) pela aprovação das contas do governo do Estado relativas a 2016. “O governo não aplicou 25% em educação e 15% em saúde. A dívida da saúde passa de R$ 800 milhões e ainda desviou da finalidade mais de R$ 1 bi de ICMS devido pela Celesc”, enumerou Dresch, que aproveitou para divulgar projeto de sua autoria que regulamenta a escolha de conselheiros. “Fortalece nosso projeto de lei do conselheiro cidadão, que veda a indicação de pessoas com filiação partidária.”
Onélio Francisco Menta
Valdir Cobalchini (PMDB) lamentou a morte do ex-prefeito de Caçador, Onélio Francisco Menta. “Ele nasceu no Rio Grande do Sul em 1926, mas em 1951 veio para em Caçador. O pai era madeireiro e em Caçador Onélio iniciou uma serraria e se tornou um respeitado empresário do setor. Casou-se em 1958 e em 1982 elegeu-se prefeito pela primeira vez. Se elegeu novamente em 1996 e depois em 2000”, listou Cobalchini.
O deputado revelou que o prefeito Menta atendia de portas abertas. “O prefeito é alguém de confiança escolhido para cuidar daquilo que é seu, e ele atendia a todos, os mais humildes, tudo com transparência, por isso busco no seu exemplo inspiração de como me comportar”, revelou Cobalchini.
Agência AL