CPI da Telefonia Móvel expõe déficit de mão de obra no setor em Santa Catarina
Enquanto Santa Catarina contabiliza 8,5 milhões de assinantes de celulares e 2.276 antenas, menos de 200 funcionários atuam no serviço de telefonia móvel no estado. Os dados foram apresentados aos deputados membros da CPI da Telefonia Móvel, durante a reunião da comissão na tarde desta terça-feira (11), pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações (Sintel).
Além de pouca gente trabalhando no setor, a terceirização dos serviços das quatro operadoras de celular é apontada pelo Sintel como a principal causa dos problemas enfrentados pelos clientes. “Há um número reduzido de trabalhadores, falta de mão de obra qualificada, instrumentos para o trabalho técnico, segurança e salários compatíveis com a função”, pontuou o diretor administrativo do Sintel, José Aldomiro de Souza.
Outro reflexo da terceirização apontada pelo sindicado é a alta rotatividade nos call centers das operadoras. “Temos índices entre 60% e 70% ao ano de rotatividade nesta área, que é praticamente 100% terceirizada pelas operadoras”. Souza aponta como vitória a lei que estabelece o salário mínimo regional no estado, tornando mais digno o salário dos operadores de call center.
“Garantimos o salário de setecentos e poucos reais pelo menos. Nem isso as operadoras queriam cumprir. Florianópolis era conhecida como a capital do call center. Depois do mínimo regional, as operadoras tiraram seus atendimentos do estado”, destacou.
Dados da Fecam
Marcos Lemos, representante do setor de Tecnologia da Informação da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) também participou da reunião na Assembleia Legislativa. Lemos apresentou problemas levantados pela federação, que incluem cobertura e compartilhamento de antenas, dificuldades em chamadas e a falta na entrega dos serviços contratados. “Contratamos um mega de sinal, e apenas 10% são entregues pelas operadoras”, reclamou.
O presidente da CPI, deputado Silvio Dreveck (PP), classificou como alarmantes os dados apresentados na reunião e disse que este é o principal objetivo desta etapa dos trabalhos. “Contamos com a parceria destas instituições para o levantamento de informações e definição do rumo da CPI”.
Maurício Eskudlark disse que os números impressionam e são desconhecidos pela população. “Nenhum cidadão deste país tem ideia destes dados. Esta é uma exploração criminosa das operadoras”, classificou. Os deputados Sargento Amauri Soares (PDT), Moacir Sopelsa (PMDB) e Ana Paula Lima (PT) também participaram da reunião.
Rádio AL