Assembleia homenageia Sindicato dos Jornalistas de SC pelos 60 anos de fundação
Os 60 anos de fundação do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) foram celebrados na noite de quarta-feira (13) em sessão especial realizada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Durante o evento, no qual estiveram presentes lideranças políticas, profissionais de comunicação, acadêmicos e representantes de entidades de classe, também foram homenageados ex-presidentes do SJSC e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Autor do requerimento da sessão, o deputado Padre Pedro Baldissera (PT) lembrou que a celebração acontece em uma data simbólica, na qual também são comemorados os 127 anos da abolição da escravatura e o centenário de fundação do extinto jornal “O Estado”.
Em seu pronunciamento, o parlamentar ressaltou que a prática do jornalismo é essencial para a difusão de informações de interesse público e para a construção da cidadania. Neste contexto, disse, é fundamental a atuação do sindicato, como garantidor da liberdade de expressão e da qualidade de vida dos profissionais que atuam no meio. "Assegurar respeito, autonomia e valorização a categoria não é tarefa fácil numa área como a comunicação, em que diariamente se misturam interesses num jogo pesado de contraposição.”
Ele também manifestou apoio às posições defendidas pela entidade. “Fica o nosso reconhecimento ao SJSC pelos seus 60 anos de atuação e nosso apoio e solidariedade à regulamentação da profissão de jornalista e a um novo marco regulatório para o setor das comunicações do Brasil. A luta do sindicato também deve ser da sociedade.”
Valorização profissional
Surgido a partir da Associação dos Jornalistas Profissionais, que remonta a 1953, o SJSC celebra como data oficial da sua criação o dia 13 de maio de 1955, quando foi expedida a carta sindical. No transcorrer das seis décadas, a entidade que, atualmente possui 2,25 mil associados, acompanhou as transformações tecnológicas e sociais que ampliaram a capacidade de produção e conteúdo jornalístico, afirmou o seu atual presidente, Aderbal João da Rosa Filho. Os avanços, entretanto, não se traduziram em melhorias nas condições de trabalho, reforçando o papel do sindicato como representante da categoria, disse. “Infelizmente nem tudo se pode comemorar, pois vivenciamos uma situação de demissões e de precarização das condições trabalho.”
Ele ressaltou que tais demissões, realizadas sob o argumento da crise econômica vivida pelo país, não se justificam, já que as empresas do ramo de comunicação anunciaram, no último ano, aumento de 7,85% no faturamento e obtiveram junto ao governo federal redução dos encargos sociais de 20% para 2%. “Estas medidas são inaceitáveis e devem ser repudiadas, pois, além da desvalorização profissional, significam redução da qualidade do jornalismo praticado no Brasil. Na essência quem mais sai prejudicado é a sociedade brasileira, no seu direito à informação de qualidade.”
Presente ao evento, o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, destacou que o SJSJ é referência nacional entre as entidades representativas dos jornalistas, com um histórico de lutas pelo fortalecimento da profissão, tendo atuado ainda na criação do Curso de Comunicação Social na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Queremos manifestar o reconhecimento dos jornalistas ao SJSC, que cumpre papel único no espectro dos sindicatos brasileiros.”
Atual vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), Schröder afirmou ainda que o SJSC se pauta por ideais comuns à maioria dos profissionais de comunicação: “a necessidade da democratização da comunicação no país, o ensino do jornalismo, a defesa do diploma e a melhoria nos salários e condições de trabalho dos profissionais do meio”.
Falando em nome dos homenageados, o professor do Curso de Jornalismo da UFSC, Rogério Christofoletti, que atuou como presidente do SJSC entre 2004 e 2005, afirmou que a representação sindical ainda é a melhor maneira de se buscar respeito aos direitos profissionais. “O sindicato é a oportunidade para nos fazer ver que as melhores saídas são coletivas. Num tempo de egoístmo como este, insistir na união, trabalho conjunto é absolutamente necessário.” Os embates entre patrões e empregados, afirmou, continuarão e os sindicatos precisam se manter fortes e equilibrados para cumprir seu papel nas mesas de negociação. “Que ele se mantenha forte e atualizado nas próximas décadas, pois precisaremos dele.”
Também participaram da sessão os deputados Luciane Carminatti (PT), Mário Marcondes (PR) e Cesar Valduga (PCdoB); o presidente da Associação Catarinense de Imprensa, Ademir Arnon; o Secretário de Estado da Comunicação, Walter Bier; o representante da Comissão Liberdade de Expressão da OAB-SC, Anselmo Machado; o presidente da Associação Procuradores da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Cyro Barreto; a diretora geral de Comunicação da UFSC, Tatiana Teixeira; o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-SC, Vilmar Osovski, e o diretor da seccional catarinense da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, Sandro De Mattia.
Homenageados:
- Aderbal João da Rosa, atual presidente do SJSC;
- Celso Augusto Schroder, presidente da Fenaj;
- Moacir Pereira, presidente do SJSC de 1975 a 1978,
- José Valério Medeiros, presidente do SJSC de 1981 a 1984;
- Cyro Barreto, presidente do SJSC de 1984 a 1986;
- Celso Vicenzi, presidente do SJSC de 1987 a 1992;
- Sérgio Murillo de Andrade, presidente do SJSC de 1992 a 1998;
- Luiz Fernando Assunção, presidente do SJSC de 1998 a 2004;
- Rogério Christofoletti, presidente do SJSC de 2004 a 2005;
- Rubens Lunge, presidente do SJSC de 2005 a 2011;
- Valmor Fritsche, presidente do SJSC de 2011 a 2014.
Agência AL