“Não existe ideologia de gênero; o que existe é preconceito e desinformação”
A deputada Luciane Carminatti (PT), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Assembleia Legislativa, manifestou-se publicamente no último sábado (31/08), após a polêmica criada por deputados em plenário sobre a inclusão da discussão de gênero no currículo escolar do 8º ano do ensino fundamental.
A abordagem de colegas, que a deputada classificou como ideológica, culminou em um pronunciamento em vídeo do governador Carlos Moisés da Silva. Ao lado do secretário de estado da educação, Natalino Uggioni, Moisés determinou ao secretário que "fizesse as correções necessárias", alegando que "não permitiria a abordagem do tema" na rede estadual de ensino.
A Base Curricular Comum do Território Catarinense é resultado de um processo democrático: um documento com mais de 400 páginas, elaborado em oficinas envolvendo mais de 500 profissionais da educação, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação e que aguarda homologação do chefe do Poder Executivo para entrar em vigor.
Leia a nota na íntegra da deputada Luciane Carminatti.
Nota oficial
Professora há mais de trinta anos, deputada estadual e presidente da comissão de educação da Assembleia Legislativa, venho a público lamentar que mais uma vez a discussão de gênero volte à tona por um viés de preconceitos e desinformação.
Desse modo, conclamo todos os cidadãos catarinenses a buscarem informação isenta, inteirando-se do fato da Base Curricular Comum do Território Catarinense trazer uma única vez o termo “identidade de gênero”, no componente curricular Ciências da Natureza, do 8º ano do Ensino Fundamental.
O objetivo é contemplar o ensino da organização e do funcionamento do corpo humano, das modificações físicas e emocionais que acompanham a adolescência e do impacto que elas podem trazer à autoestima e à segurança dos indivíduos.
Destaco ainda que tal inserção é resultado de uma construção coletiva, que envolveu mais de 500 profissionais da Educação e foi aprovada pelo Conselho Estadual de Educação, a partir de um debate técnico e científico sobre os conhecimentos necessários aos estudantes catarinenses, o qual acompanhei de perto.
Por fim, manifesto o desejo de ver essa mobilização de colegas deputados e do Poder Executivo aplicadas às questões mais urgentes e mais caras à rede básica de educação, quais sejam: o descumprimento do plano de educação pelo percentual de temporários superior ao de efetivos no quadro do magistério; os salários de professores sem reajuste e abaixo do piso nacional e a alta
taxa de evasão do ensino médio no nosso estado.
Luciane Carminatti
Deputada Estadual
TALITA ROSA
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