Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Agência AL

Especial

Do showmício às redes sociais

O ano é 1996, Largo da Catedral Metropolitana de Florianópolis. Milhares de pessoas se acotovelam aguardando o fim dos discursos de candidatos a prefeito e a vereador para, enfim, ouvirem um grupo nacional de pagode de grande sucesso tocar seus principais hits. Naquela época, os conhecidos “showmícios” eram itens quase obrigatórios das gigantescas estruturas de comunicação armadas pelos políticos para fazer seu recado chegar ao eleitorado.

No interior, churrascadas e carreteiros reuniam comunidades inteiras para conversar com os políticos, receber os tradicionais apertos de mão e “santinhos” e, com alguma sorte, ser premiado com uma foto com a antiga câmera Polaroid. Para finalizar, discursos apresentando propostas caso o candidato seja eleito. No lugar do pagode, gaiteiros conhecidos da região dão o tom festivo do evento.

Passado o pleito, os eleitos assumem e montam uma estrutura de divulgação de seus mandatos. Assessoria de imprensa produz jornais listando as ações postas em prática e envia por mala direta ou distribui em eventos; jornalistas entrevistam o político e publicam em várias páginas na edição especial de fim de semana, anunciadas por alguns dias para despertar curiosidade dos eleitores.

Duas décadas depois...

De casa, do escritório ou mesmo do carro, o candidato saca o celular, faz uma selfie, posta em alguma rede social descrevendo o que está fazendo ou para onde está indo. Está dada a largada para uma interação sem fim. Segundos depois, seguidores curtem a postagem, compartilham em seus perfis, comentam, apoiam ou criticam o que foi dito e fazem a roda girar. Em instantes, até aquele seu primo que há muitos anos saiu do país está comentando a proposta do candidato a vereador do bairro onde ele morou boa parte da vida.

Eleitos ainda têm estruturas de comunicação, mas agora elas também precisam levar em conta a velocidade de propagação das informações, a linguagem e o público de cada rede social. É imprescindível ficar ligado em tudo que se diz sobre o assessorado e tomar cuidado para que uma postagem mal pensada não comprometa o trabalho. Por outro lado, os recursos tecnológicos dão muito mais opções de ferramentas para apresentação dos feitos de cada um.

É inegável que mudou a forma dos políticos se comunicarem com os cidadãos. Os canais à disposição são muito mais dinâmicos e permitem uma interatividade milhares de vezes maior que o bom e velho corpo a corpo nas caminhadas no comércio e nos bairros. A busca pelo voto contrapõe os políticos mais tradicionais com uma geração nascida e criada na era da internet.
As diferenças de abordagem do eleitor ficam bem à mostra numa casa tão plural quanto a Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Há deputados acostumados com o dia a dia das redes sociais, íntimos de postagens, selfies e smartphones de última geração. Tem aqueles “à moda antiga”, mais acostumados ao olho no olho, mas que aos poucos vão aderindo às novas formas de se comunicar. E ainda há os que transitam muito bem pelas duas pontas, unindo o tradicional à inovação.

Nesta reportagem especial, apresentamos alguns exemplos de como os deputados estaduais catarinenses estão adaptados – ou ainda se adaptando – às novidades que não param de surgir. Também ouvimos a opinião de especialistas no assunto para tentar entender esse momento de transição.

Reportagens

  • Marcelo Santos e Alessandro Bonassoli
    Reportagem
  • Equipe de fotojornalistas da Agência AL
    Fotografia
  • Nikolas Stefanovich e Rubens Vargas
    Edição
  • Nikolas Stefanovich
    Coordenador de Imprensa
  • Lúcia Helena Vieira
    Diretora de Comunicação Social