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23/05/2014 - 16h15min

XV Congresso das Apaes promove debate sobre educação inclusiva e autismo

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Os desafios da educação inclusiva e a importância do diagnóstico precoce de autismo foram temas abordados por especialistas em palestras do XV Congresso Estadual das Apaes, nesta sexta-feira (23), em Tubarão. 

A Assembleia Legislativa de Santa Catarina é uma das parceiras do evento, por meio do apoio da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e da Escola do Legislativo Deputado Lício Mauro da Silveira.

A sala de aula na perspectiva da educação inclusiva foi tratada pelo psicopedagogo canadense Jean-Robert Poulin, professor titular associado da Université du Québec à Chicoutimi e professor visitante da Universidade Federal do Ceará. Ele enalteceu a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, lançada em 2008. “O Brasil tem o objetivo de transformar profundamente a escola regular para fazer dela um meio de socialização para todos os alunos. Aqui a noção de educação especial que estava antigamente associada à sala de aula especial não existe mais”, disse.

Outra iniciativa elogiada pelo pesquisador é o atendimento educacional especializado, instituído por decreto também em 2008. “É uma forma de ajudar a criança que tem deficiência a se adaptar à turma regular. Não é um sistema de exclusão, de marginalização na escola. Muito pelo contrário. Isso me parece maravilhoso. Gostaria que em meu próprio país tivéssemos uma lei e um contexto desse jeito”.

O maior desafio, segundo Poulin, é implementar a educação inclusiva nas escolas. “A grande empreitada é conseguir fazer essa escola diferente, em que a preocupação vai ser permitir que cada aluno contribua com o desenvolvimento dos saberes no interior da sala de aula. É outra concepção de educação”, afirmou o pesquisador.

Na avaliação do psicopedagogo, o papel do professor nesse cenário, que agrupa alunos com e sem deficiência na mesma sala de aula, é de um guia. Ele deve organizar e dinamizar as situações de aprendizagem, gerenciar a progressão dos educandos, desenvolver dispositivos de diferenciação do ensino e envolver os alunos nas próprias aprendizagens e nos próprios trabalhos. “Na sala de aula inclusiva, o professor deve ser mais que um transmissor de conhecimentos, deve se perceber como um guia que ajuda seus alunos a planejar, os questiona e confronta, os encoraja a uma participação ativa”.

Transtorno do Espectro Autista

Diversos aspectos relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram abordados na palestra conduzida pelo psicólogo José Raimundo Facion, tais como as principais características da síndrome, a importância do diagnóstico precoce e os métodos de tratamento.

Com pós-doutorado em TEA realizado na Alemanha, Facion enumerou 14 sintomas que ajudam a fazer o reconhecimento das pessoas com autismo.  “Nenhum sintoma isolado caracteriza o autismo. A síndrome pode ser identificada se a pessoa apresentar pelo menos quatro desses sintomas de forma persistente”, explicou.

14 sintomas cardeais para o reconhecimento do transtorno autista

·         Não se mistura com outras crianças

·         Age como se fosse surdo

·         Resiste ao aprendizado

·         Não demonstra medo de perigos reais

·         Resiste a mudanças de rotina

·         Usa as pessoas como ferramentas

·         Risos e movimentos não apropriados

·         Resiste ao contato físico

·         Acentuada hiperatividade física

·         Não mantém contato visual

·         Apego não apropriado a objetos

·         Gira objetos de maneira bizarra e peculiar

·         Às vezes é agressivo e destrutivo

·         Modo e comportamento indiferente e arredio

O autismo é uma síndrome presente desde o nascimento e se manifesta, invariavelmente, antes dos 30 meses de idade. Caracteriza-se por prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento. “Não existe nenhum tipo de exame para detectar o autismo. O diagnóstico, que depende da observação, é fundamental para identificar e estabelecer as prioridades para cada caso”, ressaltou o professor.

O diagnóstico precoce possibilita que a pessoa participe de programas de atividades e terapias psicossociais. O tratamento limita-se a modificar e minimizar determinados sintomas, como a instabilidade, a agressividade, transtornos alimentares e de sono. “Não sabemos a causa do autismo e não há um tratamento específico, nem a cura da síndrome. Para cada criança é necessário esboçar um conceito terapêutico e pedagógico individual e integrativo”.

Ludmilla Gadotti
Rádio AL

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