Violência cresce e aumentam críticas à SSP, à legislação e ao Judiciário
O crescimento da violência em Florianópolis e Joinville, que já registraram, respectivamente, 69 e 45 mortes violentas em 2017, produziu um aumento das críticas à Secretaria de Segurança Pública (SSP), à legislação e ao Judiciário. “O aumento do efetivo para as delegacias de homicídios e a operação contenção não estão dando conta, o estado corre o risco de subir no ranking de violência”, advertiu o deputado João Amin (PP) na sessão da tarde desta terça-feira (18).
Maurício Eskudlark (PR) concordou. “Não adianta fazer blitz para tirar fotografia em horário de rush, em local aonde não está concentrada a criminalidade, é preciso desarticular as facções criminosas”, ensinou o parlamentar, que já chefiou a Polícia Civil.
Eskudlark responsabilizou a legislação pelo aumento da violência. “A legislação é uma vergonha, tem cidadão com 20, 30, 40 passagens na polícia em liberdade e praticando crimes, até praticar um crime violento para daí sim o estado tomar alguma providência”, observou o deputado, que também criticou o Judiciário. “O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul autorizou um traficante a permanecer com a arma, ele alegou que era ameaçado e que a arma era para legítima defesa”, lamentou o ex-delegado.
Kennedy Nunes (PSD) concordou com os colegas e lembrou que o estado vive uma guerra entre facções. “Para demarcar área em Joinville houve a decapitação de um menor, mas muita gente da alta sociedade que vai buscar a droga no morro é a mesma que reclama que não tem segurança, foi lá deixou dinheiro e agora eles vêm para baixo causar estrago, então não é justo colocar a carga na polícia”, disse o representante de Joinville.
Reforma trabalhista
Cesar Valduga (PCdoB) chamou a reforma trabalhista proposta pelo governo Temer de contrarreforma. “É a destruição da CLT criada em 1943 pelo então presidente Getúlio Vargas, depois de 13 anos de estudos e debates entre parlamentares, trabalhadores e empresários”, informou Valduga, que classificou a preponderância do negociado sobre o legislado como a espinha dorsal da contrarreforma. “Permite que os acordos tenham mais valor que a legislação”, explicou o representante de Chapecó.
87 testemunhas
Maurício Eskudlark considerou vergonhosa a estratégia de defesa do ex-presidente Lula da Silva de indicar 87 testemunhas de defesa em processo no qual é réu na Justiça Federal, em Curitiba. “O Lula arrolou 87 testemunhas no processo com o juiz Moro, evidente que é só para protelar o processo e para escandalizar o Brasil com a nossa Justiça, o objetivo é brincar com a Justiça, como faz a criminalidade, um absurdo, um descalabro”, discursou o deputado.
Aeroporto de Florianópolis
Antonio Aguiar (PMDB) defendeu agilidade na tramitação de projetos de leis sobre parcerias público-privadas (PPPs). “O presidente da Fecomércio de Santa Catarina me pediu para ajudar a destravar os projetos das PPPs”, contou Aguiar, que citou o caso do aeroporto de Florianópolis. “Uma empresa suíça venceu o leilão e já apresentou a equipe que vai administrar o aeroporto a partir de janeiro, em dois anos vai entregar um terminal novinho”, garantiu Aguiar.
“A empresa vai investir R$ 241 milhões no aeroporto”, afirmou João Amin, que pediu atenção para as obras de acesso ao aeroporto. “São muito importantes”, ponderou. Mauro de Nadal (PMDB) observou que o governo é lento e que muitas vezes atrapalha. “Alguns governos tiveram um pouquinho de audácia com as rodovias pedagiadas, onde se paga a gente vê uma grande diferença, a obra é executada com menor custo e a recuperação com melhor qualidade”, descreveu o deputado.
Obras na Serra
Milton Hobus (PSD) defendeu o legado de Raimundo Colombo na Serra Catarinense. “Os investimentos vão mudar a história, a Serra do Corvo Branco vai ser uma das mais belas estradas do mundo, o governador tem investido não só na recuperação das estradas, como na ligação entre Bom Jardim e Urupema, está investindo na ligação de São Joaquim com Bom Jesus (RS), mas no Rio Grande do Sul nada está acontecendo”, comparou Hobus.
O representante de Rio do Sul afirmou que enquanto o país cresce 1%, segmentos da indústria barriga-verde cresceram até 12% nos primeiros meses de 2017. “São recordes de exportações, a maior safra da história, a indústria metal-mecânica voltou a dar sinais de retomada, é o estado que mais gerou emprego e o maior benefício que o país pode dar ao seu povo é o trabalho digno para sustentar sua família”, argumentou Hobus.
HPV
Neodi Saretta (PT) anunciou que protocolou projeto de lei para instituir um programa de conscientização e esclarecimento sobre papiloma vírus humano (HPV) nas escolas públicas e privadas. “O estado atingiu um nível baixo de vacinação, segundo a Dive em 2016 apenas 21,5% das meninas foram imunizadas, para reverter é preciso trabalhar na conscientização”, justificou Saretta, que lembrou que a vacina destina-se às meninas de 9 a 14 e aos meninos de 12 e 13 anos.
Plano estadual de tratamento oncológico
Serafim Venzon (PSDB) elogiou o plano estadual de tratamento oncológico, que objetiva descentralizar o tratamento oncológico no estado, atualmente muito concentrado na capital. “O hospital Azambuja de Brusque vai fazer 800 cirurgias por ano, São Bento do Sul não fazia cirurgias e agora vai fazer”, comemorou Venzon, explicando em seguida que o plano prevê a descentralização da investigação laboratorial por imagens, além da radioterapia e quimioterapia.
Agência AL