Dive pede ajuda para monitorar indícios de febre amarela em macacos
A Vigilância Sanitária do estado pediu ajuda dos catarinenses para monitorar macacos e bugios, que alertam os especialistas sobre a presença da febre amarela. “Os macacos adoecem primeiro que os humanos porque os mosquitos que transmitem a doença também vivem na copa das árvores. Por isso é importante que as pessoas que moram na zona rural comuniquem imediatamente a Secretaria de Saúde do município se virem um macaco doente ou morto”, informou a gerente de Zoonoses da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Suzana Zeccer, que conversou com a Agência AL no fim da tarde de sexta-feira (24).
Suzana enfatizou que os primatas não transmitem a febre amarela. “Eles são vítimas da doença, como os humanos. Matá-los é crime ambiental, inafiançável, além de eliminar o alerta”, explicou a gerente, destacando que todos os macacos que contraem a febre amarela morrem, enquanto entre humanos a taxa de mortalidade é de 32%. “Quando está doente o macaco muda a rotina, abandona o bando, costuma descer das árvores, fica lento, anda pelo chão e tem dificuldade para se alimentar”, descreveu a técnica.
Segundo dados da Dive, em 2017 foram comunicadas 26 mortes de macacos em todo estado. “Em 12 desses casos as coletas foram realizadas em tempo hábil. Em sete a febre amarela foi descartada, mas estamos aguardando o resultado dos outros cinco”, relatou a gerente da Dive. As mortes ocorreram em Passos Maia, Abdon Batista, Capão Alto, São José do Cerrito, Mafra, Pomerode e Florianópolis.
“O estado tem 162 municípios com recomendação de vacinação”, ressaltou a gerente da Dive, referindo-se principalmente aos municípios localizados a oeste da Serra do Tabuleiro, ou seja, planaltos Sul e Norte, Meio Oeste e Oeste catarinenses. “As vacinas estão disponíveis nas unidades de saúde, não há necessidade de correr”, afirmou Suzana Zeccer, acrescentando que aqueles que já tomaram duas doses da vacina estão imunizados para a vida toda.
Sem ocorrência da doença
Apesar deste ser considerado um dos maiores surtos de febre amarela ocorridos no país, em Santa Catarina não há registro da doença desde a década de 1960. “Foram notificados 11 casos suspeitos em 2017, mas dez foram descartados e de um caso ainda esperamos o resultado do exame”, informou Suzana. Todos os suspeitos viajaram para fora do estado e estiveram em locais onde a doença foi detectada.
Agência AL