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03/07/2014 - 11h08min

Vigilância alerta sobre risco de contaminação por leptospirose após enchentes

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Enchentes aumentam risco de transmissão de leptospirose FOTO: Divulgação/Jeferson Marzani

Com diversas regiões do estado ainda contabilizando os prejuízos por conta das recentes enchentes, surge um novo perigo para a população dos municípios atingidos. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, emitiu um alerta sobre o risco do contato com a água das enxurradas, que pode transmitir doenças como a leptospirose.

Transmitida principalmente pela urina de ratos, a leptospirose é considerada uma doença grave, que pode ser adquirida em situações corriqueiras que se seguem aos alagamentos, como a limpeza das casas. A bactéria causadora da doença penetra no corpo através de machucado ou até mesmo da pede sadia quando a pessoa fica muito tempo dentro da água, alertou o médico infectologista da Dive, Fábio Gaudenzi. “Os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe, com febre, calafrios, dor de cabeça e no corpo. Um sintoma característico é uma forte dor nas panturrilhas. Caso não seja tratada no início, pode levar a quadros graves, com sangramento pelo nariz, vômito ou escarro com sangue, pele amarelada e diminuição da urina.”

O médico destacou que pessoas que apresentem os sintomas iniciais até 45 dias após os alagamentos devem procurar uma unidade de saúde, tendo em vista o período de incubação da doença. “Esse foi o caso de Jaraguá do Sul, município onde ocorreram cheias há quase um mês, e somente agora estamos verificando os primeiros casos.”

Importância do tratamento precoce
Um levantamento realizado pela Vigilância Epidemiológica entre nos anos de 2000 a 2011 apontou que no estado a leptospirose acomete mais homens (84%), com predomínio na faixa etária dos 20 aos 34 anos (35,2%). A ocorrência média da doença é de 4 casos para cada 100 mil pessoas, índice que pode quadruplicar em épocas de chuvas intensas.

Nestes casos, a Dive emite uma nota de alerta às regionais de saúde orientando que as pessoas que apresentem os sintomas iniciais da doença e tenham tido contato com água de enchente recebam, o mais cedo possível, tratamento com antibiótico. A medida deve ser observada mesmo antes da obtenção do resultado de exame laboratorial. “Esse procedimento é fundamental para que consigamos diminuir seu grau de letalidade, ou mesmo que evolua para a forma mais grave”, destacou Gaudenzi.

Cuidados recomendados:

  • A água para o consumo humano deve ser tratada com cloro ou fervida;
  • Evitar contato com água ou lama de enchentes;
  • Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha. Se isso não for possível, usar sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
  • Quando as águas baixam é necessário retirar a lama. O chão, paredes e objetos devem ser lavados e desinfetados com água sanitária, na proporção de quatro xícaras de café do produto para um balde de 20 litros de água (deixar agir por 10 minutos);
  • Descartar alimentos que tiveram contato com água dos alagamentos;
  • Guardar os alimentos em potes fechados;
  • Manter cozinhas e despensas limpas;
  • Manter quintais limpos, colocando o lixo em sacos plásticos e lixeiras tampadas, evitando a propagação de ratos.
Alexandre Back
Agência AL

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