Vereadores de Araranguá pedem CPI para investigar gestão de hospital
Os vereadores de Araranguá, no Sul do estado, solicitaram à Assembleia Legislativa a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na gestão do Hospital Regional do município. Na tarde desta terça-feira (25), o presidente da Câmara Municipal de Araranguá, Ozair da Silva (PT), ocupou a tribuna do Parlamento catarinense para apresentar o pedido aos deputados estaduais.
O vereador divulgou dados de um relatório elaborado pela Associação Empresarial de Araranguá e do Extremo Sul Catarinense (Aciva) a respeito da situação do hospital, que teve sua gestão terceirizada pelo governo estadual para a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), uma organização social (OS) com sede em São Paulo. Segundo o relatório, há distorção nos preços de medicamentos e bens móveis adquiridos pela organização para o hospital. “Por um frasco de dipirona, foram pagos R$ 0,98, sendo que o consórcio intermunicipal de saúde comprou por R$ 0,51”, exemplificou.
O relatório também traz denúncias sobre possível aumento nos casos de infecção hospitalar. “Por isso pedimos para que a Assembleia crie uma CPI para investigar se o contrato de gestão do Hospital Regional de Araranguá está sendo cumprido pela SPDM”, afirmou Ozair. O vereador também pediu apoio do Parlamento na realização de uma audiência pública sobre o assunto, marcada para o dia 7 de abril, em Araranguá.
Vários deputados defenderam a apuração das denúncias apresentadas pela Câmara de Araranguá. “O Parlamento não ficará de fora dessa discussão”, disse Ana Paula Lima (PT). “Não é de hoje que nós sabemos desses problemas. Cabe uma investigação profunda”, completou Sargento Amauri Soares (PSOL). “Peço à Comissão de Saúde que chame a SPDM para esclarecer tudo isso. Se for necessário, vamos abrir a CPI”, afirmou José Milton Scheffer (PP).
O presidente da Comissão da Saúde da Assembleia, deputado Volnei Morastoni (PT), convocou uma reunião extraordinária do colegiado para esta quarta-feira (26) para discutir o assunto. Manoel Mota (PMDB), Sandro Silva (PPS), Antonio Aguiar (PMDB), Valmir Comin (PP) e Maurício Eskudlark (PSD) também se manifestaram sobre as denúncias. “É inadmissível que o governo entregue um hospital a uma entidade que não tem transparência na gestão dos recursos”, resumiu Eskudkark.
Agência AL