16/10/2009 - 20h45min
Vendas de máquinas pesadas e caminhões na Efapi confirmam fortalecimento da economia da região
A Efapi 2009 tem grande parte de sua área de exposição ocupada por caminhões e maquinário pesado para construção e produção agrícola. As vendas destes segmentos indicam a situação da economia da região e do país: quanto maiores as vendas, maior o otimismo. Assim, é possível afirmar, só com base nos negócios da feira, cujos números não estão totalizados, que o momento é dos mais positivos.
O consultor de vendas Angelito Godoi, da Mercedes-Benz, contou que, até ontem (15), sétimo dia da feira, tinham sido vendidos 15 caminhões, com valor médio de R$ 250 mil, e três cotas de consórcios. Pelo menos outras 15 vendas, iniciadas durante a Efapi, devem ser finalizadas após a feira. “São vários os motivos para esse aquecimento. Passa pela redução das taxas de juros do Finame, de 12% para 4,5% ou 7% ao ano, e do IPI para caminhões e implementos.”
Godoi confirmou que o aquecimento do setor de transportes é resultado de um efeito cascata que vem das outras áreas da economia. “Como 70% do país está sobre rodas, quando vendemos mais caminhões sabemos que a indústria, o comércio e as exportações estão aquecidos.” A tendência, avalia, é uma continuidade das vendas em alta, já que a frota nacional de caminhões tem idade média de 25 anos. Por isso defende que haja a isenção total do IPI. “Um único caminhão envolve uma cadeia produtiva de 400 a 500 fornecedores e todos recebem os reflexos positivos.”
Ivo Tavares de Oliveira, gerente de Negócios da Rüdiger Caminhões e Ônibus, também aposta na recuperação da economia. Depois de passar um período de retração, motivado principalmente pelo receio da crise financeira mundial, Oliveira comemora as vendas realizadas na Efapi. “Já chegamos perto de R$ 2 milhões com a comercialização de cinco caminhões leves e médios, e de quatro ônibus. Passaremos com folga a nossa meta, que era de 10 unidades vendidas aqui. Hoje está mais fácil financiar porque o governo federal reduziu as taxas e ampliou o prazo de pagamento. O empreendedor se sente mais confiante.”
Ele conta que um dos segmentos que mais crescem em vendas são as prefeituras, uma vez que também há incentivo do governo federal para a compra de ônibus para transporte escolar. “E esta é uma região de grandes distâncias. Tem prefeitura que chegou a comprar 12 unidades de uma só vez”, comemora.
O poder público também é cliente importante da Shark Máquinas, distribuidora da New Holland para Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. O gerente da unidade de Santa Catarina, Luís Fernando Blos, explicou que o otimismo com a venda de máquinas para construção deve-se às obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal, à realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, assim como a realização recém-confirmada das Olimpíadas 2016, eventos que exigirão grandes obras.
“A repercussão desses eventos ocorrerá em todos os estados e já percebemos o aquecimento. Aqui na Efapi viemos com a meta de vender 10 máquinas de construção e com certeza vamos atingir o planejado. Sem considerar as vendas do pós-feira, que sempre são numerosas”, declarou. No caso específico de Santa Catarina, também as tragédias climáticas de 2008 e 2009 motivaram o aumento das vendas, especialmente para as prefeituras. “Muitas máquinas foram compradas para auxiliar na recuperação das cidades.”
Na área agrícola o clima de otimismo não é menor. O gerente de vendas da Tecnosafra, representante da marca John Deere para todo o Oeste catarinense, revelou que estão sendo comercializadas, em média, 30 máquinas agrícolas para pequenas e médias propriedades por mês – com preços variando de R$ 55 mil a R$ 74 mil -, e outras 15 para grandes propriedades – de R$ 120 mil a R$ 240 mil. É o resultado direto da redução das taxas e do incentivo à produção pelo programa federal “Mais Alimentos”, que oferece 10 anos para pagamento do maquinário com taxas de 2% ao ano. “A maior parte de nossos clientes é de pequenos produtores rurais ou associações de produtores que se juntam para a compra de tratores, por exemplo. Nos últimos 12 meses nossas vendas aumentaram pelo menos 60%. Esta é uma região peculiar porque é formada por pequenas propriedades que diversificaram as atividades. Se há crise num segmento, eles investem em outro e assim se fortalecem.” (Andréa Leonora/Divulgação Alesc)