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20/03/2015 - 12h34min

Trabalho interdisciplinar estimula desenvolvimento de pessoas com Down

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Laura, filha de Margarete Doniak FOTO: Miriam Zomer/Agência AL

A segunda reportagem sobre a Síndrome de Down apresenta o trabalho de atendimento realizado pela Associação Amor para Down (AAPD), de Balneário Camboriú, que no dia 21 completa 15 anos de atividades . Os serviços são oferecidos sem custo para pessoas com a síndrome entre zero e 40 anos, como Laura, de três anos e nove meses.

A família de Laura mora em Balneário Piçarras, no Litoral Norte catarinense, a 40 minutos de distância da unidade de Itajaí, onde a menina faz o tratamento duas vezes por semana desde os primeiros meses de vida. A mãe da menina, Margarete Doniak, conheceu a entidade pela televisão. Margarete classifica como excelente o trabalho da AAPD. “Pelo amor que todos têm pelas crianças, a dedicação. É bom para o desenvolvimento (dos associados)", avalia.

Há quatro anos na Amor pra Down, a coordenadora técnica da instituição, Jéssica Pereira Cardozo, explica que o objetivo dos tratamentos é estimular justamente o desenvolvimento das pessoas com a síndrome, promovendo qualidade de vida. A Amor pra Down oferece atendimento clínico interdisciplinar nas áreas de pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, neurologia, assistência social e psicologia — estendida aos familiares.

Ao chegar à instituição, o associado passa por uma avaliação que irá apontar quais serão as áreas de atendimento. Depois, os profissionais responsáveis pelas áreas fazem as suas próprias avaliações. Porém, o plano de trabalho destes profissionais é integrado.

“Todos os planejamentos são feitos de forma integral”, explica Jéssica. “Uma vez por mês, a equipe se reúne para traçar todos estes planos para as terapias, nos atendimentos clínicos, e numa proposta de estimulação dirigida, estendendo às famílias algumas atividades e exercícios que eles podem fazer em casa”, detalha. A cada seis meses, a avaliação dos associados é refeita.

Mariane Cordeiro Raduenz, fonoaudióloga da associação há quase dois anos, é uma das profissionais que segue o trabalho em equipe adotado pela AAPD. “A gente sempre senta para fazer os planejamentos para a criança sair do meu atendimento e não fugir totalmente do foco lá com a terapia ocupacional”, exemplifica. “O que eu estou trabalhando aqui, a terapeuta vai assimilar lá para a gente trabalhar sempre em parceria”, completa Mariane.

A fonoaudióloga se sente gratificada com os avanços que observa nas pessoas com Síndrome de Down que atende. “É um resultado que tu dás. Tu chamas a mãe pra falar ‘Olha, ela conseguiu sugar no canudinho’ e a mãe sai feliz da vida”, diz Mariane.

A atuação especializada da entidade, que já foi essencialmente clínica, está mais ampla. “Hoje a gente consegue vislumbrar uma oportunidade de poder atuar em questões sociais e principalmente nos contextos escolares”, conta Jéssica.

Maternidades e escolas
Em uma parceria com algumas maternidades e hospitais da região de Balneário Camboriú e Itajaí, a equipe visita pais de crianças recém-nascidas diagnosticadas com a Síndrome de Down a partir do contato do médico.

Foi o que aconteceu com Francielle Correa, mãe de Amanda, dois anos e seis meses. Ela foi informada sobre a suspeita de Síndrome de Down da filha logo após o parto. A reação inicial foi de susto. “Só que aí o pessoal da associação também foi me visitar na maternidade”, lembra.

A iniciativa da associação visa ao esclarecimento de dúvidas dos pais e à apresentação dos serviços da instituição. “É um momento que gera e desperta muitas dúvidas na família, até angústias, e nada como a informação adequada neste momento”, diz a coordenadora técnica da AAPD.

Amanda começou o tratamento em outra entidade, mais próxima do local de residência da família, em Itajaí. Quando a Amor pra Down abriu a filial de Itajaí, a mãe da menina aprendeu a dirigir e transferiu o tratamento para a AAPD. Passado um ano da mudança, Amanda, que não havia se adaptado à outra entidade, está mais à vontade. “Hoje ela pega nas mãos das profissionais e vai sozinha (para o tratamento)”, comemora Francielle.

No ano do décimo aniversário, a AAPD recebeu apoio financeiro do Criança Esperança, da Unesco em parceria com a Rede Globo, para a realização de um projeto de capacitação de professores que trabalham com alunos com a Síndrome de Down. O Criança Esperança selecionou o projeto em 2010 e atividades foram concluídas no ano seguinte.

Segundo o presidente da Amor pra Down, Marcos Antonio Costa, a iniciativa objetivou reduzir as dificuldades no relacionamento com as escolas da região. Hoje, profissionais da AAPD visitam as instituições de ensino nas quais os associados estão matriculados para promover melhorias na participação escolar, trocar experiências e acompanhar o processo de aprendizagem destes alunos.

Jovens e adultos
Além do atendimento clínico, jovens e adultos com Síndrome de Down se reúnem todas as terças-feiras para refletir sobre temas relacionados à vida adulta, como cidadania, cultura, sexualidade, direitos humanos e identidade, escolhidos pelos integrantes. Segundo a coordenadora técnica da associação, Jéssica Pereira Cardozo, que também responde pelo grupo, as ações estimulam a autonomia, independência e interação social de cada integrante.

Integrante do grupo, a jovem Laura Maria Custodio Morellato, 22 anos, valoriza os profissionais da entidade e as ações desenvolvidas em conjunto com os colegas. “É uma alegria estar com eles aqui”, diz. Apaixonada por música, deseja montar um álbum e fazer um show próprio. O gosto pela música cresceu a partir das aulas de violão e guitarra que frequenta. “Foi ali que surgiu o meu mundo, que eu me conquistei. Então é isso que eu quero fazer para mim”, sonha a jovem.

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