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23/05/2016 - 15h41min

Terapia assistida por animais contribui na recuperação de pacientes

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Voluntários da Ong Cão Amigo, de Florianópolis

A utilização de animais em ambientes hospitalares ocorre há várias décadas, com frequência, nos Estados Unidos. No Brasil, o método foi introduzido no ano de 1997 pela veterinária e psicóloga Hannelore Zucks. Chamado de zooterapia ou terapia assistida por animais, a prática avaliada positivamentechegou a Santa Catarina e deve ser regulamentada pelo Projeto de Lei 501/2015, de autoria do deputado Vicente Caropreso (PSDB), que tramita na Comissão de Finanças e Tributação da Assembleia.

De acordo com o autor da matéria, a iniciativa visa ao ingresso de animais domésticos e de estimação em hospitais privados, públicos ou cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS) para visitação de pacientes internados em todo o território catarinense. "Nossa intenção a partir da lei é organizar o processo e os requisitos para que as visitas possam ocorrer com mais frequência e de forma segura para todos os envolvidos, inclusive os cães."   

A terapia dos cães realizada no estado é feita a partir da parceria entre unidades médicas, como hospitais, casas de lares e asilos, com ONGs que oferecem a proposta. Na Capital, a ONG Cão Amigo, coordenada pela voluntária Karine Arendt, realiza a ação desde 2010. Atualmente com 40 voluntários humanos, 26 cães, um gato e uma calopsita, a ONG organiza visitas a cada 15 dias.

Segundo Karine, qualquer cão pode participar, desde que seja saudável, dócil e treinado. "Durante a seleção é observado o temperamento do cão. Obedece a comandos dos donos, gostar de afagos e não reagir a situações inesperadas são requisitos para ser um cão voluntário. Ao serem selecionados, cão e dono passam por um treinamento realizado para avaliar o comportamento", detalhou Karine.

Ao falar sobre a experiência de vivenciar a cão terapia, Karine ressalta que a iniciativa não promete a cura de doenças, mas promove benefícios físicos e mentais, tais como a melhoria da capacidade motora e do sistema imunológico, além de amenizar os sintomas da depressão. Ao classificar o hospital como um lugar muito austero, a coordenadora destaca que a chegada do cão ao estabelecimento transforma o ambiente em um lugar mais descontraído. "A espontaneidade do animal rompe a tristeza e torna o ambiente mais alegre, diminuindo a ansiedade do paciente. Além de favorecer as relações e a comunicação entre as pessoas, inclusive entre os profissionais de saúde. São poucas as pessoas que ficam insensíveis à presença do cão e ao desejo de afagá-lo ou ficar observando sua interação com uma criança ou um idoso." 

Na visão do professor do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), de Lages, Thiago Muller, a cão terapia realizada com as crianças no Hospital Seara do Bem, na Serra catarinense, contagia não apenas as crianças, mas adultos e idosos. Desenvolvida pelo professor, com a colaboração de voluntários, a  iniciativa realizada há um ano transmite conforto aos pacientes. Segundo Muller, o  projeto possibilita que cães, adequadamente treinados, passem um tempo junto às crianças. "Durante as visitas diárias, além de brincadeiras, os cães proporcionam um ambiente hospitalar mais agradável, colaborando com a recuperação dos pacientes."

Ao enfatizar que as visitas só são realizadas com a autorização dos pais, Muller destaca que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Lages também recebe o projeto três vezes por semana. Com visitas todas as quartas e sextas-feiras, o voluntário, acompanhado de um cão, passa um período interagindo com os alunos da entidade.

De acordo com Muller, oito cães se revezam nas visitas à Apae e ao hospital. Todos têm documentação necessária e preenchem requisitos de higiene e saúde, tais como estarem vacinados, vermifugados, examinados e possuírem atestado de saúde. Ele ressalta que a seleção de animais para a cão terapia ocorre no início de cada semestre e é aberta à comunidade. Durante a triagem são feitos testes de saúde e de comportamento com os cães, que devem ser sociáveis e dóceis. "As visitas deixam as crianças mais animadas, até mesmo aquelas que não estavam querendo se alimentar direito passam a comer. O projeto é uma corrente do bem que contagia muito mais do que as crianças, beneficiando todos que estão envolvidos na iniciativa."

Em Santa Catarina, a cão terapia acontece no Hospital Infantil Joana de Gusmão, de Florianópolis; Hospital Santa Catarina, de Blumenau; Hospital Infantil Dr. Jeser Amarante Faria, de Joinville; Hospital Infantil Seara do Bem, de Lages; no Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon), na Capital, entre outras instituições. 

Tatiani Magalhães
Sala de Imprensa

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