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16/05/2019 - 10h56min

Temor da ampliação de área indígena em Vitor Meireles repercute na Alesc

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Francisco Geremias, presidente do Sintraf, manifestou preocupação com a possibilidade de ampliação de área indígena em Vitor Meireles.
FOTO: Solon Soares/Agência AL

A ampliação das terras indígenas na Serra da Abelha, no município de Vitor Meireles, foi um dos destaques na sessão da manhã desta quinta-feira (16) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar de Presidente Getúlio e Região (Sintraf) foi ao Plenário para pedir auxilio e intervenção do Parlamento na questão.

O presidente da entidade, Francisco Geremias, solicitou aos deputados a articulação de audiências com o governador do Estado e com o presidente da República. De acordo com ele, cerca de 700 famílias que vivem da agricultura familiar correm o risco de perder suas terras com a ampliação dos atuais 14 mil hectares para 37 mil hectares, conforme prevê a portaria 1128 de 2003 da Funai. Os agricultores, comentou, compram as terras há cerca de 80 a 100 anos e têm escrituras dos terrenos. “É o fim do sossego de quem produz alimentos como leite, milho, feijão, soja, arroz e carne. Há 130 anos, meu avô citava que o marco da reserva indígena era o [território] de hoje. Agora, com 60 anos na mesma atividade, a gente se depara com essa situação”, lamentou.

O dirigente sindical questiona qual será o destino das 700 famílias cuja produção de mais de 50 mil sacas de grão é vendida para todo o Brasil. “O agricultor não é invasor, temos escrituras públicas. Uma família apenas produz o mesmo que toda a reserva indígena, sendo que só dois mil dos 14 mil hectares são ocupados por eles”, argumentou.

O deputado Jerry Comper (MDB), que solicitou a interrupção da sessão para que o Sintraf fosse ouvido, comentou que o impasse representa uma “luta de muito tempo” por parte da comunidade. “Eu sou de Vitor Meireles, já fui agricultor, sei bem como é isso e da importância da Serra da Abelha”, contou. O parlamentar citou que vai entrar em contato com o coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, no Congresso, deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), para solicitar a entrada dos deputados federais e senadores de Santa Catarina na questão.

Também representante da região, Milton Hobus (PSD) afirmou que “é um absurdo o que acontece lá”. De acordo com ele, Vitor Meireles é uma cidade cuja economia depende totalmente da agricultura. “Admitir a hipótese [do aumento da área destinada aos indígenas] é a mesma coisa que acabar com o município”, comentou. O deputado citou que vai procurar a liderança do governo na Alesc para solicitar a interlocução com o governador Carlos Moisés da Silva para que possa acontecer a audiência pedida pelo Sintraf e “para designar segurança para os proprietários”.

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