Sintespe cobra responsabilidade na aprovação de leis
Chamar a atenção dos parlamentares para a situação de greve que paralisa cinco setores do estado foi o objetivo do secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Estadual de Santa Catarina (Sintespe), Mário Antônio da Silva, ao ocupar a tribuna durante sessão ordinária na tarde desta quarta-feira (12).
Servidores de secretarias, autarquias e fundações do governo de Santa Catarina entraram em greve na segunda-feira (10). A deliberação ocorreu na última sexta-feira (07), na assembleia da categoria. A principal reclamação é quanto ao pacote de reforma salarial, proposto pelo governo e aprovado pela Assembleia Legislativa no fim do ano passado.
Mario Antônio da Silva informou que, até agora, só recebem o benefício os servidores da Secretaria de Administração, Procuradoria Geral do Estado e Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev). “A gratificação prevê o pagamento de uma faixa de R$ 2,3 mil a R$ 4,3 mil incorporada ao salário dos servidores. Achamos que se uma categoria recebe, esse valor deve ser estendido a todos os demais. A Fatma já entrou em greve no dia 13 de fevereiro pela mesma razão”, comenta o secretário geral do sindicato.
Silva destacou que sua vinda não foi só para pedir apoio aos deputados. “Viemos cobrá-los a responsabilidade de aprovar a divisão que o governo implementou no estado. O governo fez uma divisão crucial entre os servidores dando gratificações para uns e para outros, não. Esta Casa, com bancada majoritária do governo, votou o que ele quis sem ouvir o interesse das categorias”.
A aprovação do programa de gratificações concedido aos servidores da Procuradoria Geral do Estado e do Instituto de Previdência, além da desincompatibilização do teto salarial do vencimento do governador (R$ 15 mil) para o dos desembargadores (R$ 25 mil), desagradou a categoria, segundo o dirigente. Servidores vinculados às secretarias de Saúde e Educação e da Polícia Militar ainda não participam do movimento, mas existe a possibilidade de que, no decorrer da paralisação, anunciem sua adesão.
Analistas e técnicos da Educação, do Deinfra (Departamento de Infraestrutura do Governo do Estado), do Deter (Departamento de Transportes e Terminais), da Fatma (Fundação Estadual de Meio Ambiente), do Imetro (Instituto de Meteorologia, Qualidade e Tecnologia), agentes penitenciários e trabalhadores do Porto de Itajaí e Agência Sine estão entre as categorias grevistas.
De acordo com Mário Silva, mesmo com o anúncio do governo de que não negocia com grevistas, os dirigentes sindicais querem dialogar o mais rápido possível, pois o calendário eleitoral prevê que projetos enviados à Assembleia após o dia 4 de abril não sejam votados. Ele ressalta a disposição do sindicato e dos setores em negociar, antes mesmo de resolverem deflagrar a greve. “Estamos tentando uma negociação faz dois anos e até agora o governo não quis nos ouvir”.
Na Fatma e no Imetro a adesão, conforme Silva, pode chegar a 100%. Já no Deinfra, segundo a previsão inicial, a paralisação vai afetar 80% do quadro de funcionários. Os efeitos podem refletir nas obras públicas de todo estado supervisionadas por engenheiros do departamento, entre elas as da Ponte Hercílio Luz.
Agência AL