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19/06/2016 - 18h13min

Sindicalistas decidem criar frente ampla para defender trabalhadores

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Assunto foi tema de audiência pública realizada pelo Senado Federal na Alesc

Sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Intersindical decidiram criar uma frente ampla para defender os direitos dos trabalhadores, ameaçados principalmente pela reforma previdenciária. “A sugestão é criar uma frente geral, unitária e ampla, uma coordenação para circular o estado defendendo os interesses dos trabalhadores do campo e da cidade”, afirmou o senador Paulo Paim (PT/RS), durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, realizada na sexta-feira (17), no Plenário Osni Régis da Assembleia Legislativa.

De acordo com o senador gaúcho, atualmente 63 projetos de lei ameaçam os trabalhadores. Destaque para o PL 30/2015, que dispõe sobre a terceirização. “Não aceito terceirizar atividade fim. Na ‘Folha de S.Paulo’ um dos ministros disse que ia agilizar a reforma da previdência e a trabalhista, principalmente a terceirização. Mas o relatório está na minha mão e na semana que vem não se vota coisa nenhuma”, declarou Paim, referindo-se ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Não entregarei a relatoria do PL 30/2015 de jeito nenhum”, avisou Paim.

O senador explicou que há proposta para unificar em 65 anos a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres; para a redução da idade para trabalhar de 16 para 14 anos; regulamentação do trabalho escravo; legalização do trabalho intermitente (por hora) e do negociado sobre o legislado (quando decisões coletivas entre trabalhadores e patrões se sobrepõem às leis); restrição ao direito de greve; redução de trabalho com redução de salário; férias parceladas; eliminação de três dias de aviso prévio por ano de trabalho, entre outras.

A deputada federal Angela Albino (PCdoB) defendeu a unidade da classe trabalhadora. “Se esse projeto (de reformas) fosse submetido às urnas não seria vitorioso”, avaliou Angela. “Para sair do golpe precisamos da unidade”, concordou Idemar Antonio Martini, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria (Fetiesc). “A direita está unida e nós temos duas frentes e vários partidos”, lamentou Graça Costa, presidente da CUT/SC. “A hora é de unidade”, completou Luciano Véras, do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência do Serviço Público Federal em Santa Catarina (Sindprev).

Volnei Chucri, representante do Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina, lembrou que o estado barriga-verde já reformou a previdência, aumentou a alíquota de contribuição, criou a previdência complementar e congelou os salários. “É o ataque do governador Raimundo Colombo, o estado é um grande laboratório, aqui foi aplicado antes mesmo da aprovação do PL 257”, descreveu Chucri, aludindo às medidas contidas no Projeto de Lei 257/2016, do Executivo federal, que estabelece regras para que os estados e o Distrito Federal renegociem as dívidas com a União.

Luciane Carminatti (PT) elogiou os sindicalistas catarinenses e garantiu que eles não foram seduzidos pelo poder, nem perderam o rumo da história. “Aqui há um movimento sindical muito forte e aguerrido”, afirmou a representante de Chapecó.

Primeiramente, fora Temer
Além de criticar duramente as propostas restritivas aos direitos trabalhistas, os sindicalistas e parlamentares presentes à audiência pública analisaram a conjuntura brasileira e defenderam o “Fora Temer”. “Foi um golpe ao combate à corrupção e quem deu o golpe foi o sindicato dos ladrões, a grande mídia, parte do Judiciário e a elite paulista. Fora Temer”, declarou o deputado federal Pedro Uczai (PT). “Eu tinha dúvida do termo ‘golpe’, talvez não fosse legítimo, mas agora que estou na Câmara dos Deputados compreendo o que quer dizer golpe. Hoje não vivemos no paradigma da legalidade, o que vale é a força”, avaliou Angela Albino.

Dirceu Dresch (PT), presidente da CDH da Assembleia Legislativa, reafirmou o que já disse várias vezes na tribuna: “tirar uma presidente sem crime é golpe”. Para Clair Castilhos, alianças equivocadas derrotaram o PT. “Foi uma ilusão fazer alianças com a direita, como fizemos nos nossos governos. Fortalecemos essa gente quando estávamos no auge da popularidade, fizemos aliança com a escória nacional, demos ministérios, verbas, para quê? Para que se fortalecessem e dessem o golpe”, ponderou a ex-vereadora de Florianópolis.

“O nosso inimigo está no governo e quer destruir o pouco que a Constituinte de 1988 assegurou à classe trabalhadora”, reconheceu o ex-deputado Sargento Amauri Soares, representante da Intersindical. Já para o presidente da Fetiesc, Idemar Martini, é preciso reconquistar aqueles que apoiavam o governo petista. “Nas manifestações nacionais tinha pobres, trabalhadores, até beneficiários do Minha Casa, Minha Vida. Não podemos desprezar essas pessoas, mas recuperá-las.”

Vítor Santos
Agência AL

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