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Simpósio de escultura reúne artistas da América do Sul em Piçarras
A união de matérias-primas da indústria metalúrgica com a arte dá forma às esculturas do I Simpósio Internacional de Esculturas Instituto Arxo, que teve início no dia 17 e segue até a próxima quinta-feira (27), em Balneário Piçarras, Litoral Norte do estado. A densidade do metal e a leveza da arte se uniram para dar forma às obras criadas durante o Simpósio. A iniciativa inédita mostra a visão dos empreendedores e conta com a participação de alunos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), funcionários e escultores reconhecidos internacionalmente.
Dez artistas, dos 50 inscritos no processo seletivo, foram escolhidos para participar do evento, a partir do histórico e do projeto apresentado. Entre brasileiros, argentinos e uruguaios, os escultores são reconhecidos nacional e internacionalmente e representam os países onde a empresa atua.
A arte-educadora e curadora do simpósio, Ane Fernandes, destaca que essa ação “é uma iniciativa de alquimia e vai transformar a matéria bruta em beleza”. Ane informa que, apesar do edital ter sido lançado apenas em alguns países da América do Sul, artistas europeus e russos manifestaram interesse em participar do evento.
O escultor e designer Jorge Schröder, coordenador do simpósio, ressalta que essa é a primeira vez que acontece este tipo de evento no Brasil. Ele, que já participou de seminários em vários países, ressalta que não conhece nenhuma iniciativa desta natureza aqui. “Se ocorre em outras partes do mundo também não são muito divulgadas. Este é um projeto que vai deixar frutos tanto para Balneário Piçarras e para a cultura de Santa Catarina, como para o Brasil”.
A primeira edição do simpósio tem a presença dos escultores argentinos Nestor Vildoza, Carina Fabaro, Rodolfo Soria, Eduardo Raul Waxemberg, Luiz Daniel Bernardi e Eduardo Ledantes; do uruguaio Diego Santurio; do escultor chileno radicado no Brasil, Hugo Pagani e dos brasileiros Pita Camargo e Kiko Cervi. Este último, servidor lotado na Gerência Cultural da Assembleia Legislativa, que está desenvolvendo uma obra denominada Mundo Arxo. “Resolvi desenvolver uma obra interativa feita com a união de arcos, representando as conexões no mundo”.
Troca de experiências
Kiko enfatiza a importância das conexões proporcionadas com este trabalho. “Estamos realizando uma troca de conhecimentos. Aprendemos com os funcionários do chão de fábrica a soldar e dar forma aos materiais e eles aprendem conosco a criar pensando numa composição esteticamente diferente do que costumam construir no dia a dia".
Para o soldador Marcos Lemos de Jesus, a experiência fez com que ele valorizasse mais o seu trabalho rotineiro e percebesse que também faz arte no cotidiano. “A gente aprende muito com porque eles buscam muito a perfeição e, do nada, constroem obras de arte brilhantes”.
Idealizador do projeto, o Instituto Arxo atende crianças da comunidade e filhos de funcionários que participam ativamente do processo criativo dos artistas, durante os dias em que o Simpósio é realizado. De acordo com a coordenadora de projetos sociais do Instituto, Evelise Wiersinski, as crianças aprendem que a estética e a criatividade podem integrar o dia a dia. “Este projeto está proporcionando às crianças e à comunidade local uma aproximação com a linguagem artística”.
As obras produzidas no simpósio comporão uma exposição itinerante que chegará primeiramente aos gramados do campus da Univali, em Itajaí, durante a comemoração de seus 50 anos. Uma das obras será doada à universidade e outra à prefeitura de Balneário Piçarras.
Agência AL
